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Incêndio da Educação: como transformá-la?

Na madrugada do último dia 4, o belíssimo prédio que abrigava a Secretaria Municipal de Educação da Bahia foi consumido pelo fogo.
Ainda que, conforme a imprensa, os prejuízos para a operacionalização da educação não tenham sido altos -no que se refere aos documentos e arquivos-, assisti impactada ao “desmanchar” desse belo casarão que abriga tanto a nossa história educacional quanto a história da Bahia. Naquele prédio, em 1990, fiz a minha primeira formação continuada como estudante de pedagogia em um programa de formação para os professores da rede municipal de Salvador.
Assistindo à cobertura jornalística do incêndio, fiquei profundamente emocionada, recordando o tanto que se construiu nesse prédio, do empenho de muitos educadores.
E mesmo tomando o incêndio como metáfora que pode nos ensinar. Lembro-me que, no dia 3 de outubro de 2003, dez anos atrás, a Secretaria de Educação do Estado queimou por completo, não restando “pedra sobre pedra”. Um sentimento invadiu o meu corpo de educadora que, há mais de 20 anos, segue acreditando na transformação da educação em todos os territórios da Bahia.
Sei que, ainda que tenhamos realizado esforços tangíveis e visíveis, estamos longe de uma educação exemplar com o máximo de eficiência e resultados.
Caberá aos governantes, a nós, educadores, e à toda a sociedade da Bahia tomar nas mãos a força dessas “labaredas” para reacendermos a chama das mudanças que precisamos processar.
As medidas de transformação têm que ser profundas. A desmotivação do quadro de educadores é notória, seja pelas condições físicas e estruturais das escolas, seja pela necessidade de melhorias das condições de trabalho ou também por que muitos educadores desistiram da sua profissionalidade mesmo que sigam atuando na profissão.
Antes de buscar culpados, acredito que devemos acender o fogo nos corações dos educadores (cuidando para que não aconteçam nos prédios).
Nos últimos 25 anos, foram muitas tentativas, acertos, erros, caminhos e encaminhamentos praticados com a intenção de melhorar a educação.
Hoje, porém, estamos diante de um quadro onde é marcante a desprofissionalização do educador e a inexistência de formação inicial que, de fato, forme professores.
Não incendiamos corações, incendiamos formações.
CYBELE OLIVEIRA/Folha

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