A Câmara Municipal para o povo
Os eleitores de Salvador deveriam fazer valer o voto depositado nas urnas em outubro, e acompanhar de perto o trabalho desenvolvido pelos seus vereadores. A confiança ofertada em cada candidato na hora de votar parece não ser mais a procuração em branco que os políticos precisavam para decidir os rumos da sociedade.
Uma sugestão que deveria ser aplicada pela sociedade civil organizada é a criação de um fórum permanente de acompanhamento do Legislativo. A reforma do Regimento Interno da Câmara de Vereadores de Salvador (CMS) é o momento ideal para que homens e mulheres da cidade possam propor novos conceitos que acompanhem as mudanças vividas em tempos de tecnologia e globalização.
Como aceitar que o dono da empresa que deu uma carta de representação não possa falar o que pensa no seu empreendimento, e quando é permitido para tal, tenha tempo limitado, e não seja ouvido por ninguém. Isso acontece na CMS. O cidadão-eleitor que represente algum segmento ou causa tem cerca de 10 minutos na sessão ordinária da segunda-feira para expor seus anseios, e mesmo assim, somente conta com a surdez proposital dos vereadores. E o pior: quando acontece a sessão.
Se o vereador Paulo Câmara (PSDB) que preside a CMS quer novos tempos naquela que já foi chamada de Casa do Povo, também deve permitir que aqueles que outorgam a passagem dos quarenta e três vereadores durante quatros anos nas cadeiras do Legislativo possam exercer seus direitos com dignidade sendo ouvidos e respeitados por aqueles que são pagos com recursos públicos para defender a cidade.