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Spirulina para emagrecer? Ciência duvida


Spirulina
Entre as dietas e produtos emagrecedores da moda, nem tudo que aparece é exatamente uma novidade. A mais recente tendência entre as “cápsulas emagrecedoras” é a spirulina havaiana (também chamada de espirulina), que já teve seu momento de fama, mas que, com o lançamento de uma nova variação, foi trazida de volta para uma posição de destaque. Uma grande rede especializada em alimentos saudáveis lançou em agosto as cápsulas de spirulina pacífica havaiana. Do mês de lançamento até outubro, a empresa registrou um aumento de 220% nas vendas do produto.
O surgimento de suplementos no mercado que prometem efeitos emagrecedores ocorre com certa frequência — há poucos meses foi a vez do óleo de coco. O problema é que nem sempre esses produtos apresentam comprovação científica de seus supostos efeitos benéficos. “A spirulina se tornou o produto do momento”, diz o médico endocrinologista Henrique Suplicy, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).  “Mas volta e meia surge uma substância desse tipo. As pessoas começam a usar e logo aparece outra.”
Marcella Garcez, nutróloga e membro da diretoria da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), relaciona a recente proibição de alguns medicamentos emagrecedores com a procura por spirulina. “Com a proibição, as pessoas passaram a procurar outros meios para emagrecer”, afirma.


Reduz o apetite? — O efeito de saciedade que é frequentemente relacionado à spirulina pode ser explicado pelo fato de, após ingerida, ela absorver água, aumentando de volume e, portanto, ocupando um espaço maior no estômago. Para Henrique, porém, esse efeito não é tão intenso que possa causar saciedade, considerando-se a média de consumo diário, de duas a quatro cápsulas. Além disso, esse efeito não é observado exclusivamente na spirulina. “Os alimentos ricos em fibras têm este efeito de absorver água e ‘inchar’ no estômago. Existem algumas substâncias como o goma-guar e glucomanan (duas fibras alimentares) que também são empregadas com este fim”, afirma Henrique.
Para Marcella Garcez, da Abran, o efeito de saciedade pode ser obtido, mas para isso seria preciso consumir uma quantidade significativa de spirulina. “Não há uma recomendação diária para a spirulina, pois ela não é um nutriente essencial, o que há é uma recomendação de dose mínima efetiva e dose máxima para consumo sem riscos, isto é para consumo sem orientação médica. A dose efetiva da spirulina vai de um grama a cinco gramas por dia podendo chegar a 15 gramas, como suplemento. Acima de 1,5 grama por dia é ideal que seja consumida sob prescrição”, afirma Marcella. Ela recomenda a spirulina para pacientes vegetarianos, devido ao alto teor proteico. Para isso, porém, é necessário consumir uma dose mais elevada da substância, o que deve ser feito sob acompanhamento médico.
Segundo informações da Anvisa, a spirulina não está registrada na categoria de “alimentos com alegação de propriedade funcional”. Assim, ela não pode ser vendida com a indicação de substância emagrecedora. 
(Veja)

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