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Novo porto traz esperanças de revitalização para a Cidade Baixa: Parte 2

Declínio e apogeu: Erguida entre a Baía de Todos-os-Santos e uma escarpa, a capital baiana foi a primeira cidade planejada do Brasil. A região do Comércio, que agrega um conjunto arquitetônico colonial, em meio a prédios modernos, tenta recuperar a influência econômica perdida no final da década de 70, quando sediava as maiores instituições financeiras da época, como o Banco da Bahia, Banco Econômico, Banco de Estado da Bahia e outras brasileiras e estrangeiras que tinham matrizes no bairro.

Seguradoras e empresas de exportação de cacau, fumo, sisal, juntamente com a Empresa Estadual de Eletricidade, a Leste do Brasil e os grandes escritórios de advocacia, navegação e cabotagem também estavam no centro das decisões econômicas de Salvador, com sedes erguidas na Praça da Inglaterra e a Rua Miguel Calmon e avenidas Estados Unidos e da França. Este panorama muda na década de 80, com a consolidação de bairros no entorno de avenidas, como a Tancredo Neves e Paralela, e a inauguração do Shopping Iguatemi, com a transferência do centro de negócios para lá.
Hoje, o bairro agrega uma grande diversidade de empreendimentos, transformando o que antes era um pólo bancário, em diversos outros, como educacional – com inúmeras faculdades -, de serviços, gastronômico, de cultura – com suas casas de espetáculos, museu e centro audiovisual – e de turismo, com os seus pontos de visitação: o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda, o seu ponto mágico, a Baía de Todos-os-Santos. Caminha agora para também ser um pólo hoteleiro.
A Prefeitura de Salvador deverá estender a revitalização da área portuária até a Península de Itapagipe. A Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Habitação e Meio Ambiente (Sedham) já tem um levantamento de todo o mobiliário urbano subutilizado da região. Foram observados os galpões que estão em bom estado, os que necessitam de melhorias e os que têm pendências judiciais, para um futuro reaproveitamento. A região deverá restabelecer o potencial econômico de décadas atrás.
“É necessário uma mudança na legislação para que se permita a instalação de fábricas não poluentes na cidade, onde apenas é feita a montagem dos produtos”, enfatiza Marcos Cidreira, coordenador-geral do Escritório de Revitalização do Comércio (ERC). Para ele, a revitalização deve ser seguida da requalificação de uma área e, para isto, uma série de estratégias deve ser adotada: estímulo ao turismo temático, projetos que explorem as potencialidades paisagísticas, imobiliárias e da arquitetura local, contando sua história.
Outra questão ressaltada por Marcos Cidreira é o aproveitamento da Baía de Todos-os-Santos. “Vai ser necessário pensar Salvador sob um outro ponto de vista. A cidade está ficando para trás. Poderia ser hoje o maior point turístico da América do Sul. Um conjunto formado pelo Comércio, Centro Histórico, os armazéns do Porto de Salvador, as 17 cidades banhadas pela baía, é claro que com toda a infraestrutura hoteleira e píer de atracação e a devida exploração náutica da baía”, avalia o coordenador-geral. Sob o seu ponto de vista, Salvador se tornaria um centro de turismo cultural, náutico, gastronômico e de competições náuticas nacionais e internacionais. 

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