Preço do pão em Salvador acumula alta de quase 9%
Na expectativa de um novo reajuste impulsionado por um cenário de alta do dólar, o preço do tradicional pão francês já acumula um aumento de 8,7% em Salvador apenas nos cinco primeiros meses deste ano. O levantamento faz parte da pesquisa mensal da cesta básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que mostra que o preço médio do quilo do pão na capital baiana atualmente está em R$ 5,40.
De acordo com a economista do Dieese, Nádia Souza, o aumento do preço do trigo consumido em Salvador tem refletido no preço do pão, que registrou aumento em todos os meses entre janeiro e maio deste ano. Levando em conta o cenário dos últimos 12 meses, a alta acumulada chega a 14,41% em Salvador.
O trigo consumido na capital baiana é importado e vem prioritariamente de mercados como a Argentina. Mesmo com os reajustes identificados pela pesquisa da cesta básica, o presidente do Sindicato dos Panificadores da Bahia, Mário Piton, afirma que o setor tem absorvido os reajustes no preço do trigo resultado da variação no câmbio.
“Os preços têm se mantido estáveis nos últimos meses. Para a gente não é bom que o preço suba a cada variação”, destacou.
Especulação – Piton ainda classifica como especulação a expectativa em torno do aumento do preço do pão nos próximos dias. “É prematuro falar em reajuste. O preço da farinha ainda se mantém estável para os panificadores”, pontua.
A possibilidade de aumento do preço do pão foi não bem recebida pelos consumidores. “Não tem sentido, já pagamos muito caro pelo pão. E é o tipo de alimento que é essencial no nosso cardápio”, diz a secretária Luciene Machado.
Quando questionados sobre como economizar caso o preço aumente, os consumidores são unânimes em dizer que é uma tarefa complicada. “É um alimento diário. Algumas vezes dá para trocar pelo cuscuz ou aipim, mas não dá para ficar sem o pão”, destaca a funcionária pública Maria Raimunda Silva.
Padronização – O mesmo diz sua neta Patrícia Silva, que ainda sugere a padronização do valor que é cobrado. “Por mais que a gente tente, o pão está sempre na mesa de casa. O que acho que deveria acontecer é a padronização do preço do pão. Em cada bairro da cidade o preço varia, sem justificativa coerente”, afirma.(A Tarde)