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Alemanha bate de frente com França sobre eurobônus

Chanceler alemã Angela Merkel 'bate o pé' e rejeita eurobônus
A Alemanha rejeitou nesta quinta-feira a criação dos eurobônus como instrumento de reativação do crescimento da zona do euro. A medida tem sido estimulada pela França e vem ganhando adeptos na Europa – região em busca de soluções para uma desgastante crise, cujos holofotes estão sobre Grécia e Espanha. É a primeira evidência de divergência entre os grandes líderes da união monetária: o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel.
“A crise não será resolvida com um remédio milagroso, mas sim com o resultado de um trabalho duro, baseado no rigor orçamentário e em reformas estruturais”, disse a chanceler Merkel nesta quinta-feira em Berlim. A declaração se dá apenas um dia após a reunião de dirigentes da União Europeia (UE) na qual Hollande apresentou este instrumento como uma de suas principais armas de combate à crise.
Rejeição alemã – Os eurobônus – uma emissão conjunta de dívida dos países da Eurozona – funcionariam como uma garantia de que países como Espanha e Itália poderiam se financiar sem ter de pagar os exorbitantes juros que têm sido cobrados pelo mercado. Para a Alemanha, esta saída seria o mesmo que recompensar aqueles países menos disciplinados da região e “castigaria os bons alunos”.
Por outro lado, na avaliação de especialistas, a economia alemã, por gozar de solidez fiscal e financeira, seria uma das principais razões para tais títulos, se emitidos, serem bem aceitos pelos investidores. “Não faz sentido o uso de instrumentos aparentemente solidários, mas que, na verdade, apenas agravam a crise”, disse Merkel.
Pressão de Hollande – O novo presidente francês, no entanto, parece não ter desistido de colocar a Alemanha contra a parede. Ele pediu a seus sócios que a “perspectiva” dos eurobônus fique gravada na agenda da próxima reunião de dirigentes de 28 e 29 de junho.
Segundo uma fonte europeia, França e Alemanha estabeleceram na quarta-feira as bases de sua relação, que consistirá em um jogo de interesses. “Caso Hollande coopere com os esforços de Merkel para obter uma ratificação rápida na União Europeia (UE) ao pacto de disciplina orçamentária, a líder alemã acabará cedendo”, diz a fonte.
(Veja)

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