Política

Vereador Jorge Araújo concede entrevista ao site Visão Cidade

Conhecido por sua maneira direta e sem rodeios, o vereador Jorge Araújo concedeu uma entrevista ao site Visão Cidade, abordando seus projetos, sua visão sobre o papel de um vereador e suas preocupações com questões importantes, como a segurança no uso de patinetes elétricos e a precariedade do atendimento na área da saúde.

Confira a entrevista na íntegra:
Visão Cidade
Vereador, recentemente o senhor apresentou um projeto relacionado à segurança no uso de patinetes elétricos. O que pode nos dizer sobre isso?

Jorge Araújo
Antes de tudo, é fundamental que esse serviço seja regulamentado. A prefeitura liberou a operação da empresa responsável, mas ainda há lacunas na segurança para os usuários. O uso de patinetes cresceu muito e se tornou uma febre. Basta ir até a Barra ou a orla para ver como as pessoas aderiram a essa modalidade de transporte – inclusive eu já testei.

O grande problema é a falta de controle. Não há um limite de idade, então vemos crianças de 5 ou 6 anos utilizando os patinetes sozinhas, o que é muito perigoso. Talvez seja necessário estabelecer que menores de idade só possam utilizar o serviço acompanhados pelos pais. Outro ponto crítico é o uso compartilhado, como casais andando juntos no mesmo patinete. Não sabemos se esses veículos têm estrutura para suportar dois adultos.

Além disso, a velocidade pode ser maior do que se imagina, especialmente em determinados trechos da cidade. Na Barra, por exemplo, o piso permite um deslocamento mais lento, mas ao sair dessa área e acessar a ciclovia, a velocidade aumenta. O risco de acidentes é evidente: recentemente, uma pessoa se feriu e, na semana passada, uma criança sofreu um acidente e perdeu um dente.

O trânsito também se torna um desafio, pois temos carros, bicicletas e patinetes dividindo o mesmo espaço. É fundamental que haja responsabilidade para evitar tragédias. A prefeitura já está trabalhando na regulamentação do serviço, e essa regulamentação deve incluir medidas de segurança, como a exigência do uso de capacetes e outros itens essenciais.

Visão Cidade
Outro tema preocupante é a crise na saúde pública, especialmente no que se refere ao atendimento nas UPAs e à regulação. Como o senhor avalia essa situação na Bahia?

Jorge Araújo
A grande falha na saúde não é apenas a falta de estrutura, mas a ausência de humanidade. Quando se trabalha na área da saúde, seja como médico, enfermeiro ou técnico de enfermagem, a prioridade deve ser o cuidado com o próximo. Infelizmente, vemos muitos casos de negligência, falta de empatia e demora no atendimento.

É desolador presenciar situações em que uma pessoa está em sofrimento, com dificuldades para respirar, e não recebe o auxílio imediato que precisa. Muitas vezes, o problema não é financeiro, mas sim a falta de sensibilidade dos gestores e profissionais envolvidos.

Lembro-me de um médico do Hospital Roberto Santos – não recordo o nome agora – que, sempre que estava de plantão, conseguia organizar a emergência de forma eficiente. Ele não deixava o setor lotado à toa; atendia os casos rapidamente e liberava aqueles que não precisavam de internação prolongada.

Hoje, vemos o contrário: pacientes passam meses internados no Hospital Metropolitano, aguardando uma cirurgia ou um exame de alta complexidade. Isso é inadmissível! O hospital tem toda uma estrutura, mas, na prática, os pacientes ficam lá parados, esperando a regulação para serem transferidos para o Roberto Santos. Isso não faz sentido.

O problema, no fim das contas, é a falta de gestão. Precisamos de administradores comprometidos com a melhoria dos serviços públicos. Quando há vontade política e dedicação, a saúde funciona. O que falta é colocar o cidadão em primeiro lugar e trabalhar, de fato, para garantir um atendimento digno e eficiente.

Visão Cidade
Com essas reflexões, fica claro que sua atuação parlamentar tem um compromisso forte com mudanças e melhorias para a população. Como o senhor encara seu papel na política?

Jorge Araújo
A política tem duas dimensões: o que acontece dentro da Câmara e o que se vive fora dela. Aqui dentro, temos debates, projetos e propostas; lá fora, é onde sentimos na pele os problemas da população. Meu objetivo sempre foi estar neste espaço, porque acredito no poder da caneta.

O microfone é uma ferramenta importante para dar voz às pessoas, mas poder assinar documentos, propor leis e efetivamente transformar a realidade da cidade é ainda mais relevante. Somos 43 vereadores, cada um com sua visão e forma de pensar, mas quando unimos forças para ajudar a população, alcançamos resultados concretos.

Meu compromisso é esse: trabalhar para garantir qualidade de vida, segurança, saúde e dignidade para os cidadãos. Essa é a hora da mudança, e estou aqui para fazer minha parte.

Visão Cidade

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *