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Lavagem do Bonfim é marcada por novidade em cortejo e número recorde de entidades culturais

Um dos maiores eventos religiosos e culturais do país, a tradicional Lavagem do Bonfim, realizada nesta quinta-feira (16), contou com a participação de milhares de fiéis. O cortejo, que percorre mais de seis quilômetros entre os bairros do Comércio e do Bonfim, em Salvador, é uma celebração que reúne orações católicas, manifestações de religiões de matrizes africanas e elementos do sincretismo religioso. Este ano, a festa marca os 280 anos da chegada da imagem do Senhor do Bonfim até a capital baiana.

Uma das inovações deste ano foi o transporte da imagem de Nosso Senhor do Bonfim, que, pela primeira vez, foi levada até a Basílica Santuário Senhor do Bonfim em uma “caravela” 100% elétrica. O veículo substituiu o tradicional cortejo de carroças e oferece uma alternativa mais sustentável para o evento. A ação foi promovida pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).

De acordo com a Empresa Salvador Turismo (Saltur), a Lavagem do Bonfim deste ano conta com a participação de 79 entidades culturais, um número recorde, entre blocos afro, grupos percussivos e agremiações carnavalescas. A presença dos tradicionais Afoxé Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Muzenza, Malê Debalê, além de grupos como Amor e Paixão, Escola de Samba Filhos da Feira e o Rixô Elétrico, trouxe um colorido especial à festa. Também foi destaque a Corrida Sagrada, promovida pela Federação Bahiana de Atletismo, que reuniu mais de 1,5 mil participantes e faz parte do calendário esportivo da cidade.

O presidente da Saltur, Isaac Edington, falou sobre a importância do evento para o turismo e a cultura soteropolitana. “Isso tudo faz parte da estratégia da cidade, unindo turismo esportivo à nossa cultura, arte e religiosidade. Assim, estamos aproveitando a oportunidade para potencializar ainda mais a Lavagem do Bonfim dentro do calendário e da plataforma de eventos da cidade, com a gestão feita junto a todos os nossos companheiros da Prefeitura”, afirmou Edington.

Diversidade – A festa, que não é apenas religiosa, mas também cultural, é um reflexo da diversidade da população baiana. O aposentado José Araújo Filho, de 70 anos, católico apostólico romano, participa da caminhada há 10 anos e desde então se veste como padre para simbolizar a “Corrida Sagrada”.

“Venho aqui emocionado, não por ser fotografado, mas porque a energia do lugar envolve a gente de tal maneira que nos misturamos com várias crenças. Aqui, tudo se mistura, com essa diversidade religiosa. Aqui não é só católico, evangélico ou umbandista, aqui são todos baianos. É, de fato, uma experiência única”, declarou.

O educador físico Cleidson Nascimento também participou da Corrida Sagrada para cumprir uma promessa. “Tive uma tendinopatia calcária e, por meio dessa corrida, venho renovar minha fé. Como sou personal trainer e trabalho com isso, a dor era constante. Até hoje, vivo com fisioterapia. Tive que perder muita massa muscular para afinar e conseguir correr melhor. Então, aqui estou para pagar essa promessa”, explicou Cleidson, que veio de Muritiba, interior da Bahia, apenas para participar do cortejo.

SECOM

Foto: Bruno Concha/ Secom PMS

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