Ilha de Iaparica terá sua primeira Conferência Municipal do Meio Ambiente
O mundo enfrenta mudanças climáticas cada vez mais alarmantes, com impactos severos tanto no campo quanto nas grandes metrópoles. Esses fenômenos resultam, em grande parte, da ausência de políticas públicas efetivas voltadas para o clima. Apesar de várias tentativas para implementar mudanças significativas, os avanços são lentos e enfrentam barreiras em diversos setores.
Eventos recentes ilustram a gravidade da situação: no Brasil, o Rio Grande do Sul sofreu com enchentes devastadoras, enquanto nos Estados Unidos presenciamos extremos climáticos simultâneos, com chuvas intensas e tempestades de granizo de um lado, e queimadas descontroladas de outro. Esses exemplos refletem a falta de atenção global para políticas públicas climáticas e o descumprimento de metas pré-estabelecidas, especialmente por países como Estados Unidos e China, que frequentemente cobram ações de nações emergentes sem liderar pelo exemplo.
No Brasil, a destruição contínua da Amazônia, apesar de projetos e promessas, é um lembrete doloroso da urgência de ações mais contundentes. A responsabilidade não recai apenas sobre governos ou empresas, mas sobre toda a sociedade. É fundamental investir em políticas sérias, fomentar a conscientização coletiva e adotar práticas sustentáveis para garantir um futuro melhor.
A busca por fontes de energia renovável no Brasil tem mostrado progresso. O país, com vastos recursos naturais como sol, vento e água, possui o potencial de se tornar autossuficiente em energia sustentável. Contudo, desafios como o alto custo da energia solar, a dependência de água para geração hidrelétrica e os impactos ambientais e sociais da energia eólica precisam ser resolvidos com tecnologia e políticas públicas eficientes. A acessibilidade e o incentivo ao uso dessas energias são passos cruciais para reduzir a dependência de fontes poluentes.
Além disso, a gestão inadequada de resíduos sólidos e a ausência de saneamento básico agravam a crise ambiental. Lixões a céu aberto e a falta de reciclagem são reflexos diretos da carência de políticas públicas eficazes. Apesar do prazo de 2030 para a erradicação dos lixões no Brasil, estamos em 2025 e pouco foi feito para alcançar essa meta. É necessário um esforço coletivo para implementar soluções sustentáveis, começando pela conscientização nas residências, com a separação e o descarte correto do lixo.
No próximo dia 24 de janeiro, o município de Vera Cruz sediará sua primeira conferência municipal do meio ambiente, um marco histórico para a Ilha de Itaparica. O evento, que será realizado em parceria com as duas prefeituras locais, reunirá lideranças políticas e a população para discutir e propor soluções para as mudanças climáticas. Essa iniciativa busca posicionar Vera Cruz e Itaparica como municípios modelo, demonstrando que a transformação é possível com o engajamento de todos os setores.
A conferência será um importante passo rumo à Conferência Nacional, que ocorrerá em novembro em Natal, onde propostas locais poderão ganhar relevância em debates nacionais. Vera Cruz e Itaparica têm a chance de contribuir ativamente para soluções que beneficiem o planeta como um todo.
Vale ressaltar o papel das Câmaras de Vereadores de Itaparica e Vera Cruz, que já realizaram audiências públicas sobre o tema, buscando soluções emergenciais e de longo prazo. A construção de um futuro sustentável exige uma parceria sólida entre os poderes públicos, a sociedade civil e a fé de que, juntos, é possível reverter os danos causados ao meio ambiente.
Essa conferência representa um chamado à ação e à responsabilidade coletiva, para que possamos garantir um legado sustentável para as futuras gerações.
Foto: Marcos Freitas
Visão Cidade.