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CBF lamenta falecimento de Léo Batista

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamenta o falecimento, neste domingo, do jornalista e apresentador de TV Léo Batista. Aos 92 anos, ele não resistiu a um câncer. Léo Batista estava internado num hospital da zona oeste do Rio desde o dia 6 de janeiro, após apresentar um quadro de dor abdominal e desidratação. Sua última aparição na telinha foi na edição de 26 de dezembro, no Programa Globo Esporte.

“Um dos maiores comunicadores do Brasil, Léo Batista marcou gerações com seu jeito especial de comandar quadros esportivos. Foi um dos jornalistas que narraram o primeiro jogo de Garrincha e, botafoguense, estava feliz com o título do Brasileiro e da Libertadores do ano passado. Neste momento de imensa dor, a CBF se solidariza com seus familiares, amigos e com a legião de fãs de Léo Batista”, comentou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Em homenagem ao jornalista, a CBF determinou que todas as federações concedam um minuto de silêncio nos jogos dos campeonatos estaduais.

Léo Batista, um dos maiores nomes da TV brasileira e do jornalismo esportivo, ficou conhecido como a “voz marcante”. Natural de Cordeirópolis (SP), estava na Globo desde 1970 e era atualmente o funcionário mais antigo da emissora. Ele começou sua carreira no rádio, no noticiário geral e esportivo, e já chamava a atenção por sua voz vibrante.

Ao longo de mais de 70 anos de carreira, Léo Batista se tornou um ícone da comunicação no Brasil. Participou da cobertura de 13 edições de Jogos Olímpicos e de 13 Copas do Mundo. Também foi pioneiro dos programas Jornal Hoje, Globo Esporte e Esporte Espetacular, além de ser responsável pelas icônicas ‘Zebrinhas’ dos Gols do Fantástico.

Sua trajetória profissional traz também outros momentos marcantes. Foi o primeiro jornalista a informar o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954, na Rádio Globo. Quatro décadas mais tarde, na TV Globo, anunciaria a morte de Ayrton Senna horas depois do acidente com o piloto de F-1 no circuito de Ímola, na Itália.

A paixão pela comunicação já era uma característica de criança. Ainda menino, em Cordeirópolis, costumava brincar com uma latinha de tomate improvisada como microfone. A vocação permaneceu e, já adolescente, indicado por um primo, inscreveu-se e foi aprovado para trabalhar num serviço de alto-falante da cidade.

Pouco depois, mudou-se para Birigui (SP) e teve a chance de transmitir jogos de futebol na Rádio Clube local, onde chegou a ser gerente. Trabalhou ainda em Piracicaba (SP) antes de desembarcar no Rio, em 1952, direto para os estúdios da Rádio Globo.

Em 1955, surgiu a primeira oportunidade na TV e ele, mesmo inseguro, aceitou o convite. Foi na extinta TV Rio. Depois, destacou-se, novamente, em outra emissora, a TV Excelsior. Finalmente, em 1970, abraçou a TV Globo, empresa pela qual trabalhou até este início de 2025.

Ali, sua carreira decolaria e não ficaria restrita ao esporte. Ele apresentou o Jornal Nacional, o Jornal Hoje e desfiles do carnaval carioca. Mas foi no Fantástico que deixou mais impacto. Primeiro, ao anunciar o placar dos jogos da loteria esportiva ao lado de uma “zebrinha” que simbolizava os resultados mais improváveis. Depois, como titular do quadro “Gols do Fantástico”.

Querido pelo público e por seus colegas de profissão, Léo Batista foi tema da série documental “Léo Batista, a Voz Marcante”, lançada em junho de 2024. Ele também já foi homenageado pelo Botafogo: dá o nome a uma das cabines de imprensa do Estádio Nilton Santos.

CBF

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