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Perpetuação no poder: Um problema abominável

A perpetuação no poder é uma prática lamentável e prejudicial, que pode ser observada em diversos segmentos da sociedade, seja na presidência de conselhos municipais, nos clubes de futebol, nas confederações esportivas, sindicatos, associações ou na política. A alternância no poder deve ser um pilar essencial para garantir uma democracia plena e saudável.

Há uma célebre frase atribuída a Nicolau Maquiavel, filósofo florentino do Renascimento, que afirma: “Dê poder ao homem e descobrirá quem ele é.” Essa reflexão, apesar de ter sido proferida séculos atrás, continua extremamente atual. Já para o sociólogo alemão Max Weber, o poder é definido como a capacidade de impor a vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos, seja essa imposição aceita como legítima ou não.

O poder pode ser compreendido como uma força, uma capacidade e, ao mesmo tempo, uma autoridade. Ele pode ser exercido por meio da força bruta ou pelo convencimento. No entanto, o poder, muitas vezes, transforma quem o detém. Estudos indicam que ele não apenas faz com que os poderosos tratem os outros de forma inferior, mas também os leva a se sentirem injustiçados ou maltratados por aqueles ao seu redor.

Os tipos de poder que um líder pode exercer são variados e incluem:

Poder coercitivo – baseado no uso de punições ou coerção.
Poder de recompensa – fundamentado na capacidade de oferecer benefícios.
Poder legitimado – derivado da posição ocupada dentro de uma estrutura.
Poder de competência – relacionado ao conhecimento e habilidades.
Poder de referência (ou carisma) – baseado na admiração e respeito conquistados.
Analisando essas diferentes facetas do poder, fica evidente seu impacto sobre a sociedade e sobre aqueles que o exercem. O poder pode ser utilizado para agregar valor à comunidade, mas também para atender a interesses pessoais. Infelizmente, não há limites para o desejo humano de conquistar e manter o poder, especialmente entre aqueles que temem perdê-lo.

A alternância de poder não é apenas um mecanismo democrático; é uma forma de evitar que esse desejo insaciável comprometa os princípios éticos e a harmonia social. Por isso, a sociedade deve valorizar a rotatividade nos cargos de liderança como um antídoto contra os males da perpetuação.

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