Prevenção e Controle do Diabetes passa pelo caminho da alimentação saudável
A alimentação saudável, um dos sete comportamentos para o autocuidado no diabetes, foi apresentada nesta manhã na caravana temática “Grau de Processamento dos Alimentos”, dentro da programação do Novembro AZUL/Diabetes do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba). A nutricionista Silvana Gomes, que conduziu a oficina, de forma prática, mostrou como deve ser feita a escolha dos alimentos para garantir mais saúde. A apresentação despertou grande interesse dos participantes que fizeram muitas perguntas.
É preciso, como observou a nutricionista, evitar os alimentos ultraprocessados, consumir com moderação os processados e dar prioridade aos alimentos in natura e os minimamente processados, um bom caminho para a alimentação saudável. Uma pizza preparada em casa tem um número reduzido de ingredientes, ao contrário da que é feita pela indústria de alimentos, que precisa de vários ingredientes para ser transportada e armazenada.
Antes de comprar alimentos ultraprocessados e processados “é muito importante ler o rótulo. Mesmo com o alerta dos órgãos de saúde sobre o consumo desse grupo de alimentos na vida atual, muitas pessoas já não preparam os alimentos (comida de verdade), optando por alimentos prontos (ultraprocessados), ricos em sódio, açúcar, além de substâncias químicas para realçar a cor e o sabor. A maior oferta de produtos industrializados, os apelos publicitários também contribuem para o crescimento do consumo de alimentos processados e ultraprocessados.
De olho no rótulo
Ao comprar alimentos ultraprocessados é muito importante ficar de olho no rótulo, segundo orienta a nutricionista. Ela citou como exemplo a embalagem com uma porção de 100 gramas de frango empanado. São 17 gramas de carboidratos, enquanto o frango in natura não contém carboidratos. Logo, se a população em geral, deve evitar os alimentos ultraprocessados, pessoas com doenças crônicas, como diabetes e obesidade devem redobrar os cuidados.
Os alimentos ultraprocessados, conforme as explicações de Silvana Gomes, são ricos em carboidratos, gorduras saturadas, açúcar e sódio. São pobres em vitaminas e minerais,
têm um número elevado de ingredientes (cinco ou mais) e contêm ingredientes pouco conhecidos e que não são utilizados em casa. Uma conquista recente foi a obrigatoriedade da apresentação da nova rotulagem frontal que indica o alto teor de açúcar, gordura saturada e sódio.
Com o aumento da produção de alimentos industrializados, os preços tornam-se mais acessíveis, daí serem consumidos por pessoas de baixa renda, que sofrem prejuízos com a saúde, como observa a nutricionista do CEDEBA. Em vez de chupar a fruta, muitas pessoas optam por sucos industrializados, ricos em açúcar e conservantes.
Nutricionismo
Com frequência determinados alimentos aprecem como “salvadores da pátria”. Esse fenômeno, segundo Silvana Gomes, é chamado como nutricionismo. Aconteceu com o pão integral, mas – observou – pessoas com diabetes ou obesidade têm que comer pão integral com a mesma parcimônia com que consomem o pão branco porque contem a mesma quantidade de carboidratos. Isso também acontece com algumas substâncias, citando o Omega 3. Em vez de comer peixe, as pessoas optam por tomar a substância na forma de cápsulas.
Como a alimentação saudável é um dos passos para o autocuidado nas pessoas com diabetes, “aqui no Cedeba o trabalho de educação enfatiza a importância do descascar mais e desembalar menos, porque além da saúde pessoal, cuida-se também da saúde do planeta por gerar menos resíduos não degradáveis”, pontuou Silva Gomes.
O caminho para alimentação saudável, conforme as orientações do Ministério da Saúde, passa por dez passos:
– Fazer dos alimentos in natura ou minimamente processados, a base da alimentação;
– Utilizar óleos ou gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias;
– Limitar o consumo de alimentos processados;
– Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados;
– Comer com regularidade e atenção em ambientes apropriados e sempre que possível, com companhia;
– Fazer compras em locais que ofertem variedade de alimentos in natura ou minimamente processados;
– Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias;
– Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece;
– Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora;
– Ser crítico quanto as informações, orientações e mensagens sobre alimentação, veiculadas em propagandas comerciais.
Programação continua
As oficinas temáticas do Novembro Azul/Diabetes serão retomadas segunda-feira com o tema “Monitoração Glicêmica Capilar”, seguido no dia 19 com Dança Circular. As atividades serão encerradas dia 27, com a Caravana da Imunização. Na avaliação de Graça Velanes, coordenadora de Educação em Diabetes e Apoio à Rede (Codar) a educação em diabetes, que integra o tratamento de usuários do Cedeba é de fundamental importância para o fortalecimento do autocuidado.
SESAB
Foto: MarcelloCasalJr