Vera Cruz e seus dois lados: O que todos vêem e o que está escondido
O município de Vera Cruz passou por uma série de transformações nos últimos anos. Ao chegar à cidade, especialmente via lanchas, é impossível não notar as melhorias visuais que ocorreram. A Praça do Duro, por exemplo, foi reformada, e a praça do Banco do Brasil recebeu quiosques modernos. A orla, antes vulnerável, agora conta com um trabalho de contenção com pedras que se mostrou eficiente. Até mesmo a área ao redor do Banco do Brasil, onde a academia foi destruída pela força das marés, está sendo revitalizada. Algumas ruas do município foram pavimentadas, muitas delas com asfalto sobre o calçamento já existente, o que trouxe uma mudança perceptível na paisagem urbana. Essas melhorias são inegáveis, e todos que passam por Vera Cruz podem vê-las. Mas, por trás desse progresso visível, há uma realidade que poucos conhecem.
A Vera Cruz que você não conhece
Existe uma Vera Cruz oculta, vivida diariamente por aqueles que enfrentam dificuldades longe do centro revitalizado. Essa Vera Cruz está nas periferias, onde moradores pisam em esgoto a céu aberto, convivem com o mau cheiro de córregos poluídos e enfrentam a proliferação de mosquitos. É uma realidade que se esconde em lugares como Gameleira, Mar Grande, Barra do Gil, Conceição, Barra do Pote, Barra Grande, Pedrão, Catu, Berlimque, Ponta Grossa, Baiacu, Jeribatuba, e outras comunidades do município. Nesses locais, a população enfrenta desafios que vão muito além do que se vê nas áreas centrais: casas invadidas por água de esgoto durante as chuvas, córregos malcheirosos, e um cotidiano de abandono.
Vera Cruz não é só o centro urbano com suas praças e pavimentações; é também essas comunidades esquecidas, onde as condições de vida são inaceitáveis. Como disse o senhor José à dona Maria, “é inaceitável dormir com o mau cheiro dos córregos e enfrentar situações adversas quando chove, com água suja invadindo as casas.”
Vera Cruz precisa de um novo olhar
A Vera Cruz que você não conhece precisa ser vista e apreciada com outros olhos. A transformação do município só será completa quando essas áreas periféricas também receberem a atenção que merecem. A frase “Vera Cruz tem jeito” ecoa entre os moradores e, como dizia o saudoso Wenceslau ao Algaci Ramos, mais conhecido como Lau, “Vera Cruz tem jeito, só falta prefeito.”
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