Aratuba hoje: Um chamado do Rio
Parece até uma imagem antiga, mas é Aratuba hoje, toda alagada.
“Eu sou o rio, aquele mesmo rio que há dois anos transbordou, causou danos, alagou ruas e invadiu residências. Passo pelo fundo do voo livre, atravesso Aratuba e Berlink até desaguar na praia. Contudo, há algo que preciso dizer: sigo meu curso, mas muitos trechos estão obstruídos pela falta de manutenção. Infelizmente, o poder público não cuida de mim; recebo sujeira de todos os lados – esgoto, poda de árvores e muito mais. No meu percurso, encontro barreiras e ocupo áreas que não deveriam ser ocupadas. Esta é a lei da natureza: quando não sou bem tratado, procuro meios de sobreviver”.
“Não sou o único rio maltratado no município de Vera Cruz. Há muitos outros, como o rio da Penha, que também está obstruído, e o rio da Barra do Gil, que se acabou, transformado em esgoto jogado na praia. O rio que cortava Taipoca não existe mais. O rio da Coroa, este então, sobrevive a duras penas. Se nosso fluxo estivesse limpo, tudo estaria tranquilo. No entanto, como já disse, não há manutenção e nós, os rios do município de Vera Cruz, estamos agonizando”.
Essa narrativa é de suma importância. Estamos sobrevivendo em condições muito diferentes das de décadas atrás. Recentemente, tivemos um exemplo claro no Rio Grande do Sul: cidades totalmente devastadas pela falta de infraestrutura e visão de futuro, onde rios e córregos destruíram muitas localidades. Na Alemanha, barreiras foram quebradas por falta de manutenção, demonstrando novamente a força da natureza e da água.
No município de Vera Cruz, a situação é similar. Não há manutenção e nada é feito com um pensamento voltado para o futuro. Desde as nascentes dos rios da Penha até Barra Grande, encontramos os maiores absurdos em termos de abandono. Os rios dessa cidade agonizam e quem paga por essa falta de estrutura é a população.
Há dois anos, em Aratuba, Berlinque, Conceição, Barra do Gil, Coroa, Taipoca, Penha, Gameleira e Ilhota, vimos um cenário que parece prestes a se repetir. Quando as águas começarem a invadir residências, destruir lares, ruas e plantações, veremos novamente a visita do poder público. Eles empunharão a bandeira de que o problema será resolvido, mas a promessa de dois anos atrás não se concretizou. Hoje, fica claro que precisamos de representantes comprometidos com o povo para evitar qualquer tipo de dano à população.
Este texto destaca a urgência de se cuidar dos rios e planejar um futuro sustentável, com uma chamada para ação por parte do poder público e conscientização da comunidade.
Visão cidade
O rio da Fonte da Prata, em seu percurso, começa no Parque das Mangueiras, passa pelo Campo de Gaúcho, cruza a Rua da Mangueira e a Rua Dois de Julho no Jaburú.
Ele segue por trás do Mercado Municipal de Mar Grande, da casa do Prefeito e do 23º batalhão, até finalmente desaguar na praia do Jaburú.
No entanto, ao longo desse trajeto, várias obstruções foram criadas, ocorrem despejos poluentes no rio e construções à beira do rio têm impactado negativamente sua qualidade.
Além disso, após chuvas fortes, há alagamentos que afetam a região.
Infelizmente, as praias de Mar Grande estão sofrendo com o lançamento de águas poluídas do rio da Fonte da Prata e do Rio da Ilhota, comprometendo a qualidade do banho de mar na Praia do Jaburú.