Marta comemora alteração de nome da Ladeira da Praça
A partir de projeto de lei da vereadora Marta Rodrigues (PT), a Lei 9814/2024, que altera o nome da “Ladeira da Praça” para “Ladeira dos Malês”, foi sancionada pelo prefeito Bruno Reis no dia 2 de maio de 2024. Marta Rodrigues comemorou o que considera um marco para a representatividade histórica de Salvador.
“Muito importante que o legado do povo negro seja lembrado e reverenciado”, disse Marta. A Ladeira dos Malês liga a Praça Municipal à Baixa dos Sapateiros no Centro Histórico de Salvador, na lateral do prédio da Câmara Municipal de Salvador.
A vereadora, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia da Câmara Municipal de Salvador, explicou que o projeto de lei foi apresentado em 2022 como uma demanda do movimento negro em reconhecimento à Revolta dos Malês, ocorrida em 25 de janeiro de 1835.
Segundo ela, a revolta que foi uma das mais significativas na luta pelo fim da escravidão é considerada um marco na luta do povo negro pela liberdade. Marta explica que o nome se dá porque, na época, uma batalha entre soldados e guerreiros africanos aconteceu exatamente em frente a um casarão na Ladeira que liga a Praça Municipal à Baixa dos Sapateiros.
“Os rebeldes tinham planejado o levante para acontecer nas primeiras horas da manhã do dia 25, mas foram denunciados. Uma patrulha chegou a uma casa na Ladeira da Praça onde estava reunido um grupo de rebeldes. Ao tentar forçar a porta, os soldados foram surpreendidos com a repentina saída de cerca de sessenta guerreiros africanos”, conta Marta.
Importância histórica
Após o conflito, no qual os malês saíram vitoriosos, os guerreiros se dirigiram à Câmara Municipal, que funcionava no mesmo local onde funciona até hoje. Para Marta, a homenagem se dá diante da importância histórica deste movimento para a luta do povo negro no município, da necessidade de valorização dos heróis nacionais, da história e representatividade do povo negro e da luta abolicionista.
“É um reconhecimento a este levante e a representatividade da história do povo negro, que sofre com a tentativa de apagamento histórico e cultural. Precisamos reverenciar e lembrar nossos símbolos de resistência e de representatividade”, declarou a vereadora”.
Câmara Municipal de Salvador
(Foto: Visão Cidade)