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Prefeitura inicia construção da primeira maternidade municipal de Salvador; unidade terá 200 leitos ambulatoriais e de UTI

A Prefeitura de Salvador deu início à construção do Hospital Maternidade e da Criança (HMC), na Federação, unidade que vai ampliar e qualificar a atenção à mulher no pré-natal, parto e puerpério e ao recém-nascido. Com investimento de R$ 76 milhões, a obra teve a ordem de serviço assinada pelo prefeito Bruno Reis e pela vice-prefeita e Secretária Municipal da Saúde (SMS), Ana Paula Matos, nesta quarta-feira (29), no local onde a estrutura será implantada.

O hospital terá área de 12 mil metros quadrados e contará com oito andares, além de térreo e subsolo. A estratégia envolveu a desapropriação do terreno e retrofit do antigo Hospital Salvador, em março passado, para receber a nova estrutura, que terá 200 leitos, entre clínicos e de UTI. Um prédio anexo vai dispor de auditório, hospital escola, administração, farmácia e almoxarifado.

“Este será o primeiro hospital municipal com maternidade, UPA infantil e para a realização de cirurgias eletivas para mulheres. Quando tomei a decisão de colocar no plano de governo essa construção foi levando em conta que a cidade precisava de uma maternidade como essa. E de que o povo tem a sua trajetória e a sua origem marcada desde o nascimento”, destacou Bruno Reis.

Em discurso emocionado, o chefe do Executivo municipal trouxe relatos da própria história de vida, lembrando que o antigo Hospital Salvador foi o local onde a mãe dele faleceu em 1986: “Onde ela perdeu a vida, estamos construindo um grande hospital que salvará milhares de crianças e filhos de nossa cidade”.

O prefeito ainda explicou sobre a iniciativa da Prefeitura em aproveitar o prédio, que estava desativado e chegou a funcionar provisoriamente durante a pandemia. “Não fazia sentido construir um outro hospital, tendo uma estrutura como essa que já estava praticamente pronta. Optamos pelo caminho da desapropriação, fazendo aquisição como patrimônio público e elaborando o projeto para iniciar a obra. Com isso, resgatamos também um importante hospital que levava o nome da nossa cidade e que não poderia ficar na situação em que estava”, destacou.

No total, a administração municipal investirá quase R$140 milhões para o HMC, sendo R$ 76 milhões apenas para a obra, R$32 milhões para desapropriação e mais R$30,5 milhões para aquisição de equipamentos e mobiliários, cuja licitação está em andamento.

A vice-prefeita e titular da SMS, Ana Paula Matos, explicou que a previsão para conclusão do novo hospital é o segundo semestre de 2024, mas antes disso a Prefeitura fará entrega do equipamento em etapas, como aconteceu com o Hospital Municipal, em Boca da Mata. “Vai ser uma entrega faseada. A nossa ideia é que, entre junho e julho, a gente inaugure a maternidade, depois, o pronto atendimento pediátrico e cirurgias eletivas para crianças e mulheres”, afirmou.

A gestora complementou que o HMC é um marco na história da rede pública de saúde na capital baiana e que o local será referência no país. “A população precisa de tranquilidade e de políticas públicas no nascer, com mães recebendo a devida assistência e tendo a possibilidade do parto natural e humanizado”, afirmou.

Estrutura – O HMC atenderá todo o ciclo materno infantil e contará com 96 leitos de maternidade, entre clínica obstétrica, ginecológica; cuidado intermediário neonatal convencional e canguru. Haverá ainda centro cirúrgico, obstétrico e leitos de recuperação pós-anestésico.

Já a unidade de Atenção Infantil que funcionará na estrutura vai prover atendimento de urgência e emergência pediátricas, incluindo atendimentos a crianças em situação de vulnerabilidade. A unidade terá 37 leitos, divididos entre internação geral e UTI pediátrica.

A unidade de atenção à mulher, por sua vez, terá 51 leitos de internação geral e de terapia intensiva, para promover a melhoria das condições de vida e saúde das soteropolitanas, mediante ampliação do acesso aos serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde.

Por fim, o serviço de hospital dia, que prestará assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, contará com 16 leitos. O espaço terá salas de cirurgia ambulatorial, para colonoscopia, endoscopia alta, histeroscopia e centro de endoscopias.

O HMC também realizará serviços de bioimagem, ofertando exames de raio X digital, ultrassonografia com doppler, eletrocardiografia, cardiotocografia, eletroencefalograma, ressonância magnética, tomografia e mamografia.

“Não tem como pensar política pública para mulher e criança sem uma maternidade, sem um equipamento de referência como esse. Temos uma maternidade como ponto de partida da vida e como ponto de cuidado porque o equipamento terá um time humanizado, que vai fazer com que as nossas mulheres sejam atendidas e respeitadas, e que vai promover cuidado com as crianças”, ressaltou a secretária de Política para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo.

Sustentabilidade – O projeto do novo Hospital Maternidade e da Criança da capital baiana levou em conta a preocupação com o meio ambiente. O local terá sistema fotovoltaico para geração de energia solar, além de pavimentação verde/drenante e sistema de redução do consumo de água.

Retrospectiva – Os passos para a construção da primeira maternidade municipal da cidade tiveram início em março deste ano, quando a Prefeitura assinou a ordem de serviço para a desapropriação do antigo Hospital Salvador.

No mês seguinte, foi feito o cadastramento do imóvel, enquanto que em maio equipes da SMS traçaram o perfil assistencial e iniciaram a especificação de equipamentos para a unidade hospitalar.

Em junho, foi elaborado o projeto arquitetônico básico do novo HMC. Julho, por sua vez, foi o mês para conclusão da avaliação estrutural e entrega dos projetos complementares básicos. Em agosto, a Prefeitura fez o orçamento das obras, antes de lançar o aviso de licitação para a construção do equipamento, em setembro.

Fotos: Lucas Moura
Reportagem: Vitor Villar e Thiago Souza

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