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Reunião não tem acordo, e rodoviários anunciam greve para quinta (25)

O impasse entre rodoviários e representantes das empresas de ônibus sobre as reivindicações da categoria continuou após reunião na manhã desta sexta-feira (19). Com isso, o Sindicato dos Rodoviários afirmou que vai entrar em greve a partir da quinta-feira da semana que vem – a categoria já estava em estado de greve e deve publicar o edital anunciando a parada pelo menos 72h antes. 

Durante reunião na sede da Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), os trabalhadores apresentaram uma nova proposta e reduziram de 29 para 15 as demandas para os empresários, mas mesmo assim não houve um consenso. Esta foi o segundo encontro que teve a mediação da Justiça do Trabalho. 

Sábado, domingo, segunda, terça, quarta. Na quinta-feira infelizmente não vai ter mais. A gente reduziu nossa pauta em 50%, os empresários não trouxeram nenhuma proposta. Infelizmente os rodoviários vão para greve. Mas temos até quarta em busca de uma proposta, caso isso aconteça iremos levar para os trabalhadores em uma assembleia que deve acontecer na quarta. Saímos daqui tristes, seguimos com vontade de negociar e evitar uma greve, reduzimos pela metade a pauta, mas os empresários empurram os trabalhadores para a greve”, disse Fábio Primo, presidente do sindicato. 

O representante da Integra, Jorge Castro, disse que falar na redução para 15 itens é uma maneira muito simples de olhar para a negociação, porque o que ficou na pauta iria quase dobrar o valor do salário pago aos rodoviários. “Estamos com dificuldade econômica e financeira. O sindicato apresenta reajusta salarial, que não tem que ter fim da compensação, que tem que fornecer cesta básica… 15 itens absolutamente improváveis, impossíveis, de serem concedidos pela empresa. Como você recebe uma proposta que quase dobra o salário?”, disse. “Reduzir a 15 itens é muita simplicidade, mas os valores são muito altos”.

Ele disse que levaria a proposta aos empresários do setor e que a partir da segunda deve haver novidades, com uma possível contraproposta. “O impasse na realidade são 15 itens. Já que ele tem todos esses itens, só obrigado a levar para os meus patrões para eles avaliarem e ver o que decide. A concessão dos itens é impossível”, disse ele.

A superintendente regional do trabalho, a procuradora Fátima Freire, falou do assunto e disse que vai seguir determinada para ajudar as partes a chegarem a um acordo. 

“Uma decisão do sindicato, são 15 pontos de tamanha importância, todos já foram entregues à representação patronal. E a representação patronal diz que as empresas não concordam com as propostas apresentadas pelo sindicato dos rodoviários de Salvador, em função das dificuldades econômicas. Diante disso, vamos redigir uma ata em que vamos colocar o impasse que está colocado nesse momento, e eu como superintendente regional do trabalho quero dizer que perseguirei com força, no intuito de fechar uma negociação”.

Inicialmente, os rodoviários pediam um aumento de 10% no salário e no ticket de alimentação e o fim da compensação de horas. Hoje, quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato queria que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte. 

CSN
Outra pauta em questão era a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe. Nessa quinta-feira (18), a Justiça do Trabalho da Bahia anunciou que irá liberar R$ 2,391 milhões para pagamento de ex-trabalhadores da CSN Transportes. A decisão foi informada em reunião ocorrida na última sexta-feira (12) ao Sindicato dos Rodoviários e ao Ministério Público do Trabalho, de acordo com o TRT-5. A estimativa é que o depósito aconteça em 15 dias.

O recurso foi obtido através de pedido de cooperação judicial. O valor veio de depósitos da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), que estão sendo vendidos.

O Sindicato dos Rodoviários informou, através das redes sociais, que os trabalhadores que aceitarem o critério serão colocados em listagem. A ordem vai levar em consideração o tempo de desemprego e idade.

Durante a campanha salarial, a categoria chegou a atrasar a saída de ônibus das garagens para realizar assembleias e suspendeu totalmente a circulação dos coletivos em um domingo.

(Correio da Bahia)

(Foto: VC)

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