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Ilha de Itaparica meu pedaço de chão

Minha Ilha, assim posso chamar e tenho esse poder mesmo.
Desculpa parecer arrogante, mas é assim que chamo esse pedaço de terra cercado de águas por todos os lados.
A minha Ilha de Itaparica, nela foram várias lutas palco de resistências, grandes conquistas, onde mesmo que não queiram, o amor prevalece e impera no seio do seu povo, aquele que andou e anda de pés descalços, nas areias das suas ruas, nas belíssimas praia, nos caminhos que levavam de uma comunidade para outra.
É muito prazeroso chegar de lancha ou de ferry e automaticamente retirar os sapatos sandálias seja lá o que estiver calçado, para pisar no chão da minha terra. Terra que escolhemos para chamar de nossa. Até mesmo os que não são filhos legítimos, mas por ela se apaixonou e logo essa paixão se transformou em amor por toda a Ilha de Itaparica. Não importa se Vera Cruz ou Itaparica, mas sim, amor por toda a Ilha.
Meu pedaço de chão, nada mais nada menos, é banhado por uma Baía muito linda, ficando de frente para a capital do estado, Salvador. Temos o privilégio de contemplar essa nascente do Sol e o seu se pôr, de vários locais, em um espetáculo de tirar o fôlego, para quem tem verdadeira admiração pela natureza, sem falar na lua que quando nasce cheia, parece que beija o mar com sua pontinha suave, vislumbramos no horizonte, ela parecendo tocar o mar, a mar.
É uma dádiva de Deus, podem acreditar.
Esse é um dos mais bonitos presentes que temos, fora o oferecimento da hospitalidade, essa então não tem comparação. Os dialetos nativos, os sotaques, diferenciados em muitas localidades, a exemplo do Baiacu, Campinas, Ponta Grossa, Gameleira, Cacha Pregos, Mar Grande, dentre outras.
É maravilhoso poder falar que amo o meu pedaço de chão.
Neste momento, o amor fica ferido por estarmos vivendo algo que não se explica. O motivo desta orquestração do desserviço para com a Ilha tão linda, tão maravilhosa. Passando primeiro pelo transporte que leva e traz milhares de pessoas, no dia a dia. Sem falar naqueles que vêm visitar, muitos pela primeira vez, vislumbra bonitas paisagens, mas vem encontra e mau serviço, embora feito talvez com boas intenções, mas jogam nas mídias sociais e na imprensa, categoricamente que aqui não volta mais. Ainda bem que não usam o advérbio de tempo, nunca. Sem essa afirmação, ainda se tem uma possibilidade de retorno, embora sabe-se lá quando. Aqui a grande maioria ao chegar, ao colocar os seus pés na areia também se apaixona, não tem jeito e essa paixão também se transforma em amor enraizado. Fala-se que este período é assim mesmo, para tentar minimizar o problema, mas sabemos que não é. O que existe é a pura falta de respeito para com todos nós.
Depois que surgiu com mais veemência a situação da construção da ponte Salvador/ Itaparica, as coisas aqui começaram a descer por rio abaixo, se é que ainda tem rio por aqui, ou vai sobrar algum, pois essa pseuda e eleitoreira construção, desta que poderia ser a solução da Ilha, a ponte não sai do papel. São dois governos e já vai entrar no terceiro, e o povo cada dia mais sofrendo sem os serviços de maiores prioridades, que estão envolvidos com a saúde , a educação, o saneamento básico, o transporte, dentre outros que eu passaria um dia inteiro, ou mais, contando.
Até o ano de 2016 ainda se ouvia falar em uma vida na cidade com planejamento, porém, entretanto, todavia, de 2017 para cá, nada mais perece do que querem transformar a Ilha em um bairro de Salvador, no entanto, deixando uma pequena lembrança, essa terra FOI, É e sempre SERÁ, uma terra de resistências nativas e munícipes, onde temos como ilustre, a nossa guerreira Maria Felipa, que em suas lutas conquistou muito para que chegássemos até aqui.
A Ilha está de braços abertos e os seus filhos, sejam eles naturais ou adotivos, continuarão lutando por dias melhores.
Mas fica uma pergunta: Se fossem há décadas e séculos atrás, quem governaria a ilha seriam os senhores donos das terras, os capatazes, os mandatários e outros, e qualquer semelhança é mera coincidência. Vocês que elegemos como nossos representantes o querem fazer com esse pedaço de chão?


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