Política

Ireuda diz que acabar com elevadorde serviço não elimina racismo

A Câmara Municipal de Salvador votou para manter o veto do Executivo ao Projeto de Lei nº 27/2021, do vereador Henrique Carballal (PDT), que previa a extinção dos elevadores de serviço em todo o município. O principal argumento da matéria era o de que a distinção entre “elevador social” e “elevador de serviço” é discriminatória do ponto de vista racial e social. O texto também determinava que o elevador de serviço se tornasse “elevador de carga”.

Para a vereadora Ireuda Silva (Republicanos), defensora dos direitos da mulher e combatente na luta contra o racismo, a proposta é inócua da maneira como foi apresentada. “O elevador de serviço é de extrema necessidade, pois otimiza a execução de várias atividades, principalmente em edifícios comerciais, com grande circulação de pessoas. É um equipamento que serve, por exemplo, para transportar materiais insalubres e cortantes, que oferecem risco, além de detritos, lixo, etc., mas, os prestadores de serviço e funcionários, desde que não estejam transportando objetos que causem risco, devem se sentir à vontade para utilizar o elevador que lhes for mais conveniente no momento, inclusive o elevador social”, diz.

Fluxo

“Além disso, o elevador de serviço, por ser menos utilizado, agiliza o acesso de socorristas e profissionais de segurança que eventualmente precisem atender a uma emergência”, pontua Ireuda, acrescentando que tirar essa distinção poderia aumentar o fluxo no elevador de serviço e prejudicar a realização desses procedimentos citados.

Segundo a vereadora, a medida soa oportunista. “Sabemos que há na sociedade diversas estruturas historicamente discriminatórias que é urgente revisarmos. Mas o foco da luta deve ser a raiz do problema. Acabar com o elevador de serviço, por exemplo, em nada afetará a estrutura racista que exclui e relega milhões de brasileiros a condições subalternas. Tira o foco das nossas reais necessidades. É mais urgente lutar para que os prestadores de serviço tenham melhores condições de trabalho, sejam valorizados, tenham acesso a educação, saúde, moradia digna e tenham o Estado para protegê-los em vez de violentá-los”, acrescenta a vereadora.

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