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Alimentação: cuidado essencial para o controle do diabetes

São tantos os mitos que envolvem a alimentação para pessoas com diabetes que o reforço de conhecimentos nunca é demais. E o Novembro Azul – o Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro – é muito importante para o trabalho de fortalecimento e empoderamento de quem convive com a doença, como ressalta a diretora e fundadora do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), Reine Chaves, ao destacar a programação deste ano, que já começou.

As atividades do Dia Mundial do Diabetes – analisa Reine Chaves – são como uma Campanha de Vacinação em que há o Dia D, mas no caso do Cedeba o trabalho educativo é contínuo e se confunde com a história do Centro de Referência, uma caminhada de 28 anos. Por meio da Coordenação de Educação em Diabetes e Apoio à Rede (Codar), o Cedeba qualifica os profissionais da Atenção Primária de Saúde (APS) para o melhor atendimento às pessoas com diabetes, fortalecendo o auto cuidado e identificando mais precocemente as complicações causadas pela doença para o tratamento especializado.

ALIMENTAÇÃO,CUIDADO ESSENCIAL

A Caravana da Saúde ( atividade educativa de rotina nas salas de espera durante o ano, desenvolvida pela líder de educação do Cedeba, Ana Cláudia Perrotta ) contou esta semana com o reforço da nutricionista Suane Souza, que além de mostrar a importância da alimentação – os cuidados devem começar com o planejamento das compras, definição de cardápio e armazenamento – explicou que na alimentação da pessoa com diabetes, é preciso observar com cuidado a quantidade de cada alimento e dos carboidratos, em função do plano alimentar definido pelo nutricionista, cujo cálculo leva em conta a medicação ( insulina).

Por isso – explicou – a pessoa com diabetes – pode ter uma dieta diversificada, incluindo, frutas, cereais, legumes e proteínas. Quando a nutricionista mostrou que o lanche pode conter 10 unidades de uvas, muitos tiveram dificuldade para entender. Suane mostra que 15 gramas de pipoca têm a mesma quantidade de carboidratos que as 10 unidades de uva. Uma participante conta que o filho com diabetes come apenas feijão com farinha, mas a nutricionista explica que a combinação feijão com arroz é mais saudável, porque a farinha é essencialmente carboidratos, enquanto o arroz, além de carboidratos, possui vitaminas e sais minerais.

Outro conceito que confunde muito as pessoas com diabetes, segundo Ana Claudia Perrotta, é o alimento integral. Embora o alimento integral seja mais rico em fibras, possui a mesma quantidade de carboidratos que os não integrais. E Suane Souza explicou que o pão integral, comercializado em pacotes, tem conservantes, menos saudável, portanto, que o pão natural.

PROGRAMAÇÃO DIVERSIFICADA

A alimentação é um dos sete comportamentos para o autocuidado com o diabetes. Por isso – a programação do Novembro Azul no Cedeba é bem diversificada, chamando atenção para a necessidade da redução dos riscos das complicações do diabetes que atingem olhos, rins, coração e pés.

Além dos cuidados para evitar e/ou retardar as complicações, o Dia Mundial do Diabetes também tem o propósito de mobilizar o planeta para a necessidade de prevenção da doença, como explica a diretora do Cedeba. Nessa direção, ela ressalta a importância da Atenção Primária de Saúde(APS) no trabalho de rastreamento e acompanhamento dos casos de diabetes. O grande problema – analisou – decorre do fato de o diabetes tipo 2 ser uma doença silenciosa, daí o diagnóstico em um número elevado de casos ser feito quando as complicações já estão presentes. Muitas vezes a pessoa sofre um infarto ou AVC, apresenta uma úlcera nos membros inferiores, quando recebe o diagnóstico de diabetes.

Em 2019, o mundo reunia 463 milhões de pessoas com diabetes, mas a estimativa para os próximos 25 anos é de um aumento de 51%, com a previsão de 700 milhões de casos. No entanto, 50% das pessoas com diabetes no mundo – 232 milhões – ainda não foram diagnosticadas. Com 16,8 milhões de diabéticos, o Brasil lidera o ranking na América Latina e ocupa o quinto lugar no mundo.

O crescimento do diabetes, segundo analisou Reine Chaves, guarda relação com o crescimento e envelhecimento populacional, maior urbanização, crescente prevalência da obesidade, sedentarismo e maior sobrevida das pessoas com diabetes. O diabetes mais presente na população – entre 90% a 95% – é do tipo 2. O tipo 1 (criança, adolescente e adulto jovem) representa entre 5% e 10%. Apesar dos números que assustam, os estudos mostram – destacou a diretora do Cedeba – a possibilidade de evitar e/ou retardar as complicações do diabetes que reduzem a qualidade de vida, se houver um bom controle da glicemia, daí a importância do diagnóstico precoce e mudança de estilo de vida, como parte do tratamento.

Ascom do Cedeba

(Foto: internet)

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