Requalificação da orla de Salvador preserva natureza e devolve espaços públicos ao cidadão
Uma das mais extensas do Brasil, a orla marítima de Salvador se destaca pelas belezas naturais, praias para todos os gostos e diversos pontos turísticos icônicos, espalhados ao longo de 64 quilômetros. Nos últimos nove anos, um robusto projeto de requalificação da Prefeitura tem alcançado a faixa litorânea da cidade, valorizando o patrimônio existente e promovendo mais sustentabilidade e infraestrutura. Já são 29 trechos beneficiados e mais de R$330 milhões investidos com as intervenções.
De São Tomé de Paripe a Ipitanga, da orla Atlântica à Baía de Todos-os-Santos, a iniciativa tem devolvido aos soteropolitanos a satisfação de usufruir de espaços litorâneos cada vez mais agradáveis, além de servir de mola propulsora para o turismo, sobretudo o de sol e mar, que responde por uma fatia expressiva na movimentação da economia local.
“Em 2013, a orla estava totalmente abandonada e, por conseguinte, degradada em termos urbanísticos e ambientais. A revitalização que tem sido feita abrange a recuperação e preservação das áreas de praia e da vegetação natural de restinga. Envolve ainda a criação de espaços de contemplação, encontro, lazer e esporte, permitindo aos moradores da cidade o uso de um espaço público de qualidade. Esse tem sido o grande legado dessa ação”, destaca a presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield.
A gestora, que comanda a autarquia municipal responsável na elaboração de boa parte dos projetos urbanísticos de Salvador, reforça o potencial da orla marítima da capital baiana e elenca os frutos que a cidade já tem colhido, desde que as intervenções na zona costeira começaram a acontecer.
“Um deles é a inclusão. Toda a população, independentemente de sua condição social, pode usufruir de todos os benefícios que um espaço de qualidade oferece. Além disso, a qualificação da orla gerou o uso destes espaços por um contingente grande de pessoas, o que consequentemente aumentou empregos formais e informais a partir das atividades produtivas que são praticadas nesses locais”, assinalou.
Apesar de Salvador ter uma orla de cerca de 64 km, cada trecho tem suas próprias características. Na hora de pensar em um projeto urbanístico para essas áreas, uma das principais preocupações é a acessibilidade. “Além disso, em cada trecho levamos em consideração sua identidade cultural, geomorfologia, os usos ali praticados, condicionantes ambientais e os desejos dos moradores”, acrescenta a presidente da fundação.
No radar – O próximo trecho a ser entregue pela Prefeitura será a quarta etapa da requalificação do entorno do Farol de Itapuã, entre as ruas da Música e da Prosa. Já foi licitado, com previsão de início de obra para outubro deste ano, o trecho de Pituaçu (entre o Parque dos Ventos, na Boca do Rio, até a Rua Carimbamba) e está sendo iniciado o projeto do trecho de Jaguaribe.
“Com isso, na extensão de orla Atlântica, ficará faltando apenas o trecho entre o Farol de Itapuã e Stella Maris, cujo projeto será iniciado em 2023”, afirma Tânia Scofield.
Já na área da Baía de Todos-os-Santos, foi concluído o projeto do Porto da Lenha (Bonfim), o qual deverá ter a obra licitada em setembro. Os projetos dos trechos de Escada, Praia Grande e Paripe já foram concluídos, porém, a FMLF aguarda a definição pelo governo do Estado sobre o monotrilho do Subúrbio, uma vez que este tem interferência na área de orla. Todas as demais extensões litorâneas da BTS já foram alcançadas com intervenção.
Nova realidade – Recentemente, as orlas dos bairros de Ipitanga e Stella Maris foram as últimas a receberem obras de requalificação. Ambos os trechos ficam no limite do município com Lauro de Freitas e sofriam com décadas de degradação e abandono, que se traduziam em vias sem pavimentação, buracos, falta de iluminação, de equipamentos urbanos e carência de atrativos.
Hoje quem passa pela região se depara com uma nova realidade. Foram implementadas áreas de lazer, esportes e contemplação, além de espaços que priorizam o não motorizado – pedestre e ciclistas – e utilizam materiais como o piso intertravado e granito natural.
O paisagismo foi outro aspecto levado em conta, com plantios de mudas de árvores, gramados e jardineiras, além da preservação da vegetação nativa. Mobiliários como bancos, lixeiras e iluminação em LED ampliaram a infraestrutura, para conforto da população.
SECOM
Foto: Secom/PMS