Prêmio Maria Felipa volta a ser presencial e realiza uma das melhores edições de sua história
Após dois anos remoto, o Prêmio Maria Felipa retomou o formato presencial em 2022 e realizou, na aclamada noite desta segunda-feira (25), uma das melhores edições nos 13 anos de história da honraria. Conduzida pela vereadora licenciada Ireuda Silva (Republicanos), a cerimônia, que lotou o Teatro Jorge Amado, homenageou mais de 20 mulheres negras com trajetórias marcadas pelo empoderamento e pela luta contra o machismo e o racismo. O prêmio também se consagra como a principal comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional da Mulher Negra.
Com transmissão simultânea nas redes sociais, o evento gerou alto índice de engajamento, com centenas de visualizações, comentários, curtidas e compartilhamentos. Na avaliação de Ireuda, o grande público presencial e online mostra o interesse cada vez maior das pessoas tanto pelo prêmio quanto pelo tema. “O Prêmio Maria Felipa é hoje a principal homenagem concedida a mulheres negras na Bahia, talvez no Brasil. O projeto nasceu no âmbito do Legislativo, mas transcendeu esses limites”, pontua. “Além disso, nunca se falou tanto na importância de se combater o racismo e o machismo, males que promovem desigualdade, opressão, discriminação e ceifam milhares de vidas mundo afora”, acrescenta.
Em seu discurso de abertura, Ireuda destacou a força e a coragem de Maria Felipa, marisqueira e pescadora baiana que foi uma das protagonistas na luta pela Independência da Bahia. “O dia de hoje significa resistência e autonomia do que realmente somos. Precisamos falar sobre a mulher que dá origem ao entendimento para gerar um prêmio como este. Maria Felipa foi uma mulher com uma visão à frente de seu tempo. Precisamos fazer o recorte, foi uma mulher negra, escravizada. Ela entendia que a Bahia não podia continuar detida por homens que só iriam tirar proveito do nosso bem maior. Fico muito emocionada quando falo sobre ela, porque aquela era uma época de repressão. Diferente de hoje, que temos muitos mecanismos”, descreveu.
Nas redes sociais, durante a transmissão, foram centenas de comentários de espectadores entusiasmados. “Parabéns ao Prêmio Maria Felipa!! Salve O Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha”, escreveu uma espectadora. “Incrível parabéns Ireuda Silva nossa Felipa”, disse outro. “Já estou na expectativa do Maria Felipa”, elogiou uma terceira. “Evento grandioso”, disse uma internauta.
Neste ano, foram as seguintes premiadas: Adriana Quintiliano, modelo e digital influencer; Madá Negrif, empresária; Salcy Lima, jornalista e apresentadora da Record TV; Patrícia de Carvalho, advogada; Laina Pretas por Salvador, vereadora; Carla Verena, empresária; Naiara Oliveira, jornalista; GCM Cleu, da Guarda Municipal do RJ; Magaly de Souza Menez, procuradora-geral de Porto Seguro; Dinsjani Pereira, coordenadora de Infância e Juventude de Salvador; Antônia Faleiros, juíza criminal; Cynthia Martins, âncora da TV Band Brasil; Ana Trindade, jornalista; Denise Melo, empresária e trancista; Paula Sanffer, cantora; Livia Calmon, jornalista; Yldene Martins, advogada; embaixadora de Gana no Brasil, Abena Busia; Vânia Dias, apresentadora de TV; Karine dos Santos, empreendedora; Ana Patricia, advogada; Deliene Mota, empresária e chef de cozinha.
Quem foi Maria Felipa?
Maria Felipa de Oliveira foi uma marisqueira e pescadora que viveu na Ilha de Itaparica. Assim como Joana Angélica e Maria Quitéria, ela lutou pela Independência da Bahia. Em 1823, lidero um grupo composto por mais de 200 pessoas, entre as quais estavam índios tupinambás e tapuias, além de outras mulheres negras, nas batalhas contra as tropas portuguesas que atacavam a Ilha. Conta-se que o grupo foi responsável pela queima de pelo menos 40 embarcações portuguesas.
Ascom