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Como a atividade física protege o cérebro?

Aliada à alimentação adequada e saudável e a um sono de qualidade, a prática regular de atividade física é um comportamento essencial para uma vida com mais saúde. Existem muitas razões para sermos mais ativos fisicamente, dentre elas,  está o fato de que a prática regular de atividade física reduz as chances de desenvolvimento e contribui para o controle ou o tratamento de doenças como diabetes e hipertensão, e, até mesmo, reduzi sintomas de ansiedade e de depressão e, o risco de desenvolver  demência, como por exemplo, a doença de Alzheimer.

Os benefícios de se levar uma vida fisicamente ativa não para por aí. Conforme explica o Guia de Atividade Física para a População Brasileira estudos científicos realizados no Brasil e em diversos países ao redor do mundo, mostram que a prática regular de atividade física também é capaz de melhorar nossa memória, atenção, concentração, raciocínio e foco. Dessa forma, as práticas motoras potencializam o desenvolvimento das funções executivas, ou seja, aquelas necessárias para o controle de nossa saúde mental e vida funcional. As funções executivas são necessárias para controlar pensamentos, emoções e ações.

Durante a prática de atividade física, nosso corpo passa por diversas reações e processos. Uma das mais conhecidas é a liberação dos chamados hormônios da felicidade e bem-estar, como por exemplo, a serotonina e as endorfinas. Esses hormônios têm papel importante na diminuição de sintomas de ansiedade e da depressão e, ainda, atuam em áreas do cérebro ligadas ao prazer a recompensa. Esses hormônios tem a capacidade de fazer com que a pessoa goste ainda mais de praticar atividades físicas. Contudo, isso só acontece, quando a participação em atividades físicas é feita de forma regular e contínua.

Estudos científicos também mostram o importante papel da atividade física tanto para a prevenção como para o tratamento de diversas doenças neurodegenerativas, ou seja, aquelas que acometem o sistema nervoso central, especificamente, o cérebro. Exemplos dessas doenças incluem a doença de Alzheimer e Parkinson e também a Esclerose Múltipla. Além de inundar o cérebro com os chamados hormônios da felicidade e bem-estar, colocar o corpo em movimento faz com que ele passe também por adaptações neurais. Dependendo das atividades realizadas, existe um aumento do número de sinapses entre os neurônios (as células do sistema nervoso), ou seja: é quando um neurônio manda uma mensagem (conversa) com o neurônio vizinho. Esse processo estabelece uma comunicação entre duas ou mais células nervosas, uma adaptação importante para o bom funcionamento do cérebro. 

Além de ajudar nesse processo de comunicação neural, a prática regular de atividade física ajuda a diminuir a velocidade da perda desses neurônios. Conforme envelhecemos, essas células tendem a diminuir, como se estivessem morrendo. O aumento de sinapses também ajuda a reduzir a morte celular. Isso sem dizer que, quando você inicia a prática de atividade física, o corpo automaticamente manda mais oxigênio para o cérebro, começando de fato um processo de estímulo cerebral, como explica o professor Emerson Sebastião. 

É importante destacar, também, que quando realizamos atividade física de forma regular, temos mais disposição física, ou seja, mais energia. Isso acontece porque nossos músculos se adaptam a fazer contrações mais fortes e o coração melhora a capacidade de bombear sangue. Os benefícios da melhora na circulação sanguínea são também experimentados pelo nosso cérebro, o qual melhora a sua capacidade de funcionamento.  

Mais oxigenação, aumento das sinapses, menor chance de desenvolver doenças (neuro)degenerativas e mais qualidade de vida. Manter-se em movimento traz benefícios à saúde do cérebro, fundamental para o bom funcionamento de todo o nosso corpo. 

O que são sinapses?

O sistema nervoso do corpo humano regula e coordena atividades corporais através de impulsos nervosos. A sinapse é justamente a transmissão deste impulso nervoso de um neurônio a outro, com o objetivo de provocar uma resposta do organismo. É a comunicação entre neurônios, que são células do sistema nervoso, e as demais células do corpo, resultando em movimentos voluntários e involuntários. 

Como se mexer?

De acordo com o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, atividade física é um comportamento que envolve os movimentos voluntários do corpo, com gasto de energia acima do nível de repouso, promovendo interações sociais e com o ambiente, podendo acontecer no tempo livre, no deslocamento, no trabalho ou estudo e nas tarefas domésticas. 

E o que não faltam são opções para isso. Exemplos de atividade física incluem: caminhar, correr, pedalar, brincar, subir escadas, carregar objetos, dançar, limpar a casa, passear com animais de estimação, cultivar a terra, cuidar do quintal, praticar esportes, lutas, ginásticas, yoga, entre outros. A atividade física faz parte do dia a dia e está relacionada a inúmeros benefícios. 

Em tempo: consulte o Guia de Atividade Física para a População Brasileira

Produzido pelo Ministério da Saúde, o Guia de Atividade Física para a População Brasileira incentiva a prática regular de atividade física e demonstra como manter uma vida fisicamente ativa em diferentes momentos. Dividida em oito capítulos, a publicação aborda a prática de atividade física em vários contextos, grupos e ciclos de vida, além de trazer recomendações sobre a quantidade, a intensidade e exemplos de atividades aeróbias, de força e de equilíbrio, com indicações para um estilo de vida ativo. Acesse agora para consultar informações e recomendações específicas para crianças de até 5 anos, crianças e jovens de 5 a 17 anos, adultos e idosos, gestantes e mulheres no pós-parto, pessoas com deficiência e para a educação física escolar.

(www.gov.br)

(Foto: Bruno Concha-SecomPMS)

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