Tamo Juntas é homenageada em sessão presidida pelas Pretas
A sessão especial em comemoração aos seis anos da ONG feminista e antirracista Tamo Juntas aconteceu, na manhã de quinta-feira (12), no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador (CMS). A homenagem reconhece a atuação da organização que atende e acolhe mulheres em situação de violência em todo o país.
Fundada em maio de 2016, pela vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), a ONG atua politicamente na perspectiva de denunciar e combater a violência contra a mulher em diversos níveis fundamentando seus princípios, posturas e práticas na perspectiva feminista, antirracista, anticapitalista e anti LGBTQIfóbica.
“São seis anos de história, acolhimento, luta, mas acima de tudo são feministas, promovendo um debate de não revitimização”, pontuou Laina.
A consolidação da organização se dá também como resistência aos acontecimentos políticos nos últimos anos, como as investidas da bancada religiosa fundamentalista contra os direitos reprodutivos das mulheres, a liberdade de pensamento e de cátedra no que tange à equidade de gênero (Escola sem Partido), o estrangulamento orçamentário da saúde, educação e nas políticas de combate à violência contra a mulher e a discriminação.
A Superintendente de Prevenção à Violência da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Major Denice, ressaltou em sua fala a importância da escuta no combate à violência contra mulher e na necessidade de eleger mulheres que atuem pelo fortalecimento de outras mulheres.
Ainda no mês de fevereiro deste ano, em estudo publicado na revista The Lancet, aponta-se que 27% das mulheres de 15 a 49 anos sofreram violência física ou sexual dos parceiros masculinos durante a vida. Destas, 13% foram violentadas nos últimos 12 anos da pesquisa iniciada em 2018.
Presente no evento, a co-vereadora das Pretas, Cleide Coutinho, relatou um caso de feminicídio cometido na última quarta-feira (11). A sessão também abordou as inúmeras ações promovidas pela ONG, como Mutirões de atendimento em comunidades, eventos e rodas de conversa que ganharam destaque na mídia.
Para a co-presidente da Tamo Juntas, Letícia Ferreira, “a estrutura de um país machista é fator decisivo nas inúmeras dificuldades vivenciadas pelas mulheres que estão em situação de violência”. “Romper a violência conjugal é um passo, romper a do estado é muito mais difícil”, disse ela.
O evento, que foi transmitido pela TV e Rádio Câmara, e também pelo Facebook, reuniu mulheres com representatividade para a história da Tamo Juntas.
A mesa presidida pelo mandato coletivo teve em sua composição também a co-presidente da ONG, Letícia Ferreira, a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa das Mulheres da DPE/Ba, Lívia Almeida; a assistente social da Tamo Juntas, também assessora parlamentar do Mandato Pretas por Salvador, Rose Oliveira.
Fizeram parte também a superintendente de Prevenção à Violência da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Major Denice, a ativista feminista do Coletivo de Mulheres do Calafate/AMB, Marta Leiro, a doutora e mestre em Direitos Humanos, Camila Magalhães, a coordenadora do Escritório Social Bahia e ex-diretora penitenciária do Conjunto Penal Feminino de Salvador, Luz Marina, a advogada e ativista Carla Lima, a vereadora Marta Rodrigues (PT), a assistente social e representante do Instituto Odara, Joyce Lopes, a psicóloga clínica Bruna Lima e a coordenadora da Associação Papo de Mulher, Angélica Santos.
Câmara Municipal de Salvador
(Foto: VC)