Facebook guarda documento de 10 mil páginas sobre mim; veja o seu
Em que fase da vida eu estou, onde moro, quais fotos publiquei ao longo dos últimos 12 anos, com quem conversei – e o que falei – ao longo de boa parte da minha vida, quais comentários fiz e com quem interagi. Se uma pessoa me seguisse, ela saberia menos sobre mim do que o Facebook sabe.
Baixei meus dados armazenados pela rede social e recebi muita informação. Para ser mais precisa, encontrei quase 1 GB de informações compactadas, que podem ser visualizadas em uma única página separada em várias seções clicáveis. Ao todo, são 10.523 páginas de informações – isso sem contar as mensagens, que podem fazer com que o total seja de várias dezenas de milhares, já que em uma só conversa foram mais de três mil páginas.
Com isso, descobri que ao longo de 12 anos eu acumulei 6.064 páginas de curtidas e reações, 943 páginas de comentários, 3.662 páginas de conversas com uma única pessoa, 1.088 sites e apps que mandam meus dados para o Facebook e outros 213 com os quais fiz login utilizando minha conta na rede social.
Além disso, o arquivo me mostrou que o Facebook também armazena todas as fotos que publiquei, as pessoas com quem já troquei mensagens, todos os eventos que compareci, os termos que pesquisei na rede social ao longo da última década, a minha localização, todos os dispositivos com os quais já fiz login, cookies, endereços de IP e muito mais.
Esse “dossiê” pessoal está disponível para ser baixado por qualquer usuário do Facebook e pode gerar boas reflexões. Na verdade, para cumprir a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), as plataformas digitais devem fornecer cópias de todos os dados que possuem sobre os usuários caso eles solicitem. Para especialistas em privacidade, a experiência de download de informações pode ajudar na conscientização sobre privacidade e proteção de dados pessoais.
O que aprendi baixando meus dados do Facebook
A verdade é que se deparar com essa enorme quantidade de informação causa incômodo. Notar que o Facebook armazena todas as minhas conversas no Messenger, por exemplo, fez com que eu me lembrasse que o aplicativo não criptografa as mensagens de ponta a ponta – algo que eu já sabia, mas não me recordava no dia a dia, produzindo muita informação que é armazenada nos servidores da empresa.
Além disso, a experiência faz cair a ficha sobre como estamos inseridos em uma economia que utiliza nossos dados pessoais para tudo, desde nos manter conectados por mais tempo a uma rede social até indicar anúncios bastante específicos e relacionados com as coisas que gostamos.
Quando baixei minhas informações, notei que 1.088 sites e aplicativos armazenam meu comportamento online e compartilham essas informações com o Facebook. Esses dados são usados para personalizar minha experiência na rede social, sobretudo no que diz respeito a anúncios. É o que explica, por exemplo, você receber um anúncio de tênis logo após clicar em vários modelos em uma loja online.
(IG)
(Foto: internet)