Pretas Por Salvador refletem sobre 90 anos do voto feminino
O mandato coletivo Pretas Por Salvador participou da reunião da Frente Nacional de Mandatos Coletivos, no dia 16 de fevereiro, para organizar ações em celebração aos 90 anos da vitória do voto feminino. Como disse a vereadora Laina Crisóstomo (PSOL), além de celebrar o direito do voto feminino, “a ideia era refletir criticamente, levando em consideração que as mulheres, apesar de serem maioria no país, ainda não são representadas como deveriam”.
A vereadora citou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) mais recente, de 2019. A pesquisa revela que a população brasileira é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. No entanto, de acordo com o site Agência Brasil, apenas 15% do público feminino ocupam espaço no Congresso Nacional.
Laina reforçou que o mandato coletivo Pretas Por Salvador é composto por três mulheres negras, que têm entre as pautas de atuação o feminismo e a garantia dos direitos das mulheres. A vereadora Laina Crisóstomo falou ainda sobre as dificuldades das mulheres mesmo após a liberação do voto em 1932, quando as exigências ainda eram inúmeras.
“A conquista do voto feminino acontece de uma forma extremamente limitada: Se as mulheres não fossem casadas e não tivessem a anuência dos maridos para votar, elas não podiam votar. Então, na verdade, a conquista foi ainda muito controlada. É bom lembrar que o voto não era secreto. A mulher tinha que ser alfabetizada, ser servidora pública, havia várias condições e esses critérios para a conquista do voto feminino foram bem violentos e segregadores”, destacou Laina.
Inclusão
A vereadora completou dizendo que a luta feminina por inclusão, protagonismo e respeito continua sendo árdua, dentro do cenário político, sem contar que os casos de violência política de gênero são cada vez mais frequentes, muitas vezes silenciando as mulheres e as afastando de seus direitos.
“É nessa perspectiva que a atuação dos movimentos sociais é de fundamental importância para o acesso ao direito feminino e, mesmo após nove décadas da conquista ao voto, as mulheres ainda não ocupam seu merecido e devido lugar na sociedade”, afirmou.
Câmara Municipal de Salvador
(Foto: Visão Cidade)