NASA revela possível existência de mais de 2 mil exoplanetas
O telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, forneceu evidências de mais de 2 mil possíveis exoplanetas — planetas além do Sistema Solar. Após dois anos de operações, os dados do programa de exploração da agência espacial passarão por análises mais profundas na Terra para confirmar a existência de corpos em órbita de estrelas brilhantes próximas.
A missão foi lançada em abril de 2018, com o objetivo de observar diferentes faixas de estrelas e suas características para encontrar exoplanetas. Ao todo foram identificados 2.241 candidatos, o que inclui centenas de objetos menores e rochosos, em um trabalho que deve continuar nos próximos anos. Tal esforço ainda pode revelar locais que apresentem condições para a vida, como presença de água, oxigênio e outras moléculas essenciais.
“O empolgante é olhar para o mapa dos exoplanetas sugeridos pelo TESS como uma espécie de lista de tarefas [para o desenvolvimento de novas investigações científicas]”, disse Natalia Guerrero, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) envolvida no projeto, em comunicado da NASA.
As informações fornecidas são examinadas por uma equipe internacional de astrônomos, ao verificar mudanças no brilho de estrelas conforme os corpos em órbitas passam em sua frente. A sombra gerada por esse movimento é detectada pelo telescópio, através de instrumentos e câmeras extremamente sensíveis.
“É um trabalho incrível — um estoque valioso de candidatos a exoplanetas para a comunidade explorar”, comentou Jessie Christiansen, astrofísica do programa. Ela destacou que a próxima geração de telescópios espaciais — como James Webb da NASA e Atmospheric Remote-sensing Infrared Exoplanet Large-survey (ARIEL) da Agência Espacial Europeia — “irá explorar muitos desses planetas em detalhes requintados, permitindo-nos compreender melhor a composição, formação e migração de exoplanetas”.
Até o momento, cerca de 120 mundos alienígenas foram confirmados, etapa que exige observações baseadas no tamanho e massa do objeto, análise do solo, medições gravitacionais, imagens de alta resolução e caracterização estelar. As descobertas mais impressionantes foram destacadas em um breve catálogo divulgado pela NASA:
Pi Mensae c
Primeiro exoplaneta descoberto pelo TESS, localizado a 60 anos-luz de distância. Ele é descrito como um “mini Netuno” e pode hospedar uma atmosfera densa.
TOI-700 d
Objeto de tamanho similar ao da Terra, em uma zona apontada como habitável devido à possibilidade de apresentar água líquida na superfície. Ele encontra-se a 100 anos-luz de distância, em órbita de uma estrela anã vermelha — relativamente fria e com menos da metade das dimensões do Sol.
TOI 125
Primeiro sistema multiplanetário revelado pela missão, composto por três “mini Netunos” e possivelmente dois pequenos planetas adicionais. Sua descoberta foi noticiada em 2019, na qual indicou uma órbita em uma estrela semelhante ao Sol, a mais de 360 anos-luz de distância.
TOI 1338 b
Primeiro planeta em órbita de duas estrelas — as quais realizam órbitas entre elas — encontrado pelo telescópio, localizado a 1.300 anos-luz de distância.
LHS 3844 b
Primeiro objeto que apresenta um “período ultracurto” de órbita em sua estrela, com duração de apenas 11 horas. Descrito como uma “Superterra” a 50 anos-luz de distância, ele é um planeta rochoso com temperatura de superfície estimada em 531 Celsius.
TOI 1690 b
Planeta gigante em órbita de uma anã branca — núcleo denso de uma estrela que perdeu a maior parte de seus elementos leves. É o primeiro caso registrado de um objeto próximo que sobreviveu à transição de uma estrela vermelha para anã branca.
TOI 849 b
Possui cerca de 40 vezes a massa da Terra e três vezes maior do que o nosso planeta, localizado a 700 anos-luz de distância. Devido sua órbita ser próxima de sua estrela, ele apresenta temperaturas elevadas e pouca atmosfera, com um núcleo denso.
(Tecmundo)