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Tudo o que você precisa saber sobre 5 imunizantes contra o coronavírus

Programas de vacinação em massa estão sendo implementados em todo o mundo em um esforço para manter a pandemia de covid-19 sob controle. As informações e conselhos muitas vezes podem ser confusos, mas existem alguns fatos básicos e informações sobre vacinas que podem ajudar a eliminar os ruídos.

O que é uma vacina?

As vacinas preparam o seu corpo para combater uma infecção, vírus ou doença específica. As vacinas contêm fragmentos inativos ou enfraquecidos do organismo que causam uma doença e que poderão desencadear uma resposta,

Isso faz com que o sistema imunológico do corpo reconheça o invasor e produza anticorpos para combatê-lo — é improvável que você fique muito doente, mas uma parcela das pessoas pode sentir efeitos colaterais, na maioria das vezes coisas como braços doloridos ou febre temporária.

Depois, você desenvolve imunidade a essa doença. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos afirma que é por isso que as vacinas são tão poderosas: ao contrário da maioria dos medicamentos, que tratam ou curam doenças, as vacinas as evitam.

Vacinas são seguras?

Uma das primeiras formas de vacinação foi descoberta pelos chineses no século 10, mas foi só em 1796 que Edward Jenner percebeu que a infecção relativamente leve de varíola bovina protegia contra a varíola. Ele testou sua teoria e suas descobertas foram publicadas dois anos depois e a palavra vacina — do latim “vacca” para vaca — foi cunhada.

As vacinas são amplamente consideradas uma das maiores conquistas médicas do mundo moderno — interrompendo quase 3 milhões de mortes a cada ano e prevenindo 20 doenças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Elas são rigorosamente testadas antes de serem colocadas no mercado, com exames primeiro em laboratórios e em animais antes de serem submetidas a testes clínicos envolvendo pessoas. Em seguida, podem ser aprovadas por agências reguladoras de saúde, como a Anvisa no Brasil. Existem riscos, mas como acontece com todos os medicamentos, eles geralmente são inferiores aos benefícios.

Gráfico mostrando evolução de doenças com vacinas
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Por exemplo, doenças infantis comuns há menos de uma geração são cada vez mais raras por causa das vacinas. E a varíola — que matou centenas de milhões de pessoas — foi completamente erradicada.

Mas o sucesso geralmente leva décadas para ser alcançado. A África só foi declarada livre da pólio em agosto de 2020, cerca de 30 anos após o início de uma campanha global de vacinação em massa.

Especialistas alertaram que pode levar meses, ou possivelmente anos, para vacinar um número suficiente da população global contra a covid-19 para se chegar a um ponto em que possamos voltar ao normal.

Como são feitas as vacinas?

Quando um novo patógeno — como uma bactéria, vírus, parasita ou fungo — entra no corpo, uma parte chamada antígeno inicia a produção de anticorpos para combatê-lo.

As vacinas tradicionais ajudam introduzindo uma parte enfraquecida ou inativa do antígeno em uma pessoa antes que ela receba o patógeno. Isso faz com que o sistema imunológico antecipe sua resposta.

Métodos mais novos, entretanto, têm sido usados para criar algumas das vacinas contra o coronavírus.

Como se comparam as vacinas contra a covid-19?

As vacinas da Pfizer-BioNTech e Moderna são de RNA mensageiro (mRNA) e usam parte do código genético do vírus.

Em vez de usar um antígeno fraco ou inativo, eles ensinam às células do corpo como fazer uma “proteína de pico” encontrada na superfície do vírus que causa a Ccvid-19, desencadeando a resposta imunológica necessária para formar anticorpos para combatê-la.

A vacina Oxford-AstraZeneca também é diferente — os cientistas modificaram uma versão do vírus do resfriado comum que costumava infectar chimpanzés e adicionaram um pedaço do código genético de Covid-19.

Todos os três foram aprovados para uso no Reino Unido e nos EUA. México, Chile e Costa Rica já começaram a administrar a vacina Pfizer, enquanto o governo brasileiro deu luz verde para as vacinas Oxford e CoronaVac, da chinesa Sinovac.

Existem outras vacinas contra a covid?

A CoronaVac, utilizada no Brasil, também está sendo lançada na China, Cingapura, Malásia, Indonésia e nas Filipinas e usa o método mais tradicional de utilização de partículas virais mortas.

No entanto, sua eficácia exata foi questionada após dados provisórios de estudos em estágio final na Turquia e Indonésia, bem como preocupações no Brasil, onde os pesquisadores sugeriram que ela seria 50,4% eficaz.

A Índia está lançando o Covishield, que foi desenvolvido pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford, e o Covaxin, pela empresa local Bharat Biotech.

A Rússia está usando sua própria vacina de vetor viral, Sputnik V, que usa uma versão modificada de um vírus. Ela também está sendo usada na Argentina, que encomendou 300 mil doses para seu programa inicial de imunização.

A União Africana encomendou 270 milhões de doses de uma mistura de fornecedores — Pfizer, AstraZeneca (por meio do Serum Institute of India) e Johnson & Johnson, que ainda está testando sua vacina.

Isso se soma a 600 milhões de doses garantidas pelo esforço global da Covax, que visa fornecer vacinas a países de baixa renda e é liderado pela OMS e pela Vaccine Alliance (Gavi).

Eu devo tomar vacina para covid?

A vacina não é obrigatória em nenhum lugar até agora — mas é fortemente recomendada para a grande maioria dos adultos, com exceção de um número minúsculo de pessoas que pode ser aconselhado a não fazê-lo por razões médicas.

A vacina oferece proteção contra a covid-19, além de ajudar a proteger outras pessoas e ser considerada a ferramenta mais importante para encontrar uma saída para a pandemia.

A OMS estima que entre 65% e 70% das pessoas, pelo menos, precisarão estar imunes antes que a transmissão seja interrompida, o que significa que é necessário encorajar muitas pessoas a tomar a vacina.

Algumas pessoas expressaram preocupações sobre a velocidade com que as vacinas covid foram criadas.

Embora seja verdade que os cientistas normalmente passam anos projetando e testando vacinas, o interesse global em encontrar uma solução acelerou as coisas e a OMS tem trabalhado em colaboração com cientistas, empresas e organizações de saúde para fazer exatamente isso.

Resumindo, a vacinação de bilhões de pessoas evitará a transmissão da covid-19 e abrirá o caminho para a imunidade coletiva. Quanto antes conseguirmos isso, mais cedo poderemos voltar à vida normal.

(BBC)

Foto: Rovena Rosa

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