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Vila Barro Branco é recomeço para vítimas das chuvas em 2015

Cinco anos depois de um dos períodos mais difíceis para Salvador – as intensas chuvas ocorridas em abril de 2015 que provocaram deslizamentos e mortes na cidade –, um dos palcos da tragédia é transformado pela Prefeitura em local de esperança e de uma nova história, mais feliz e segura para as famílias atingidas pela ocasião. A comunidade Barro Branco, situada no Alto do Peru, à margem da Avenida San Martin, deu lugar à Vila Barro Branco, conjunto habitacional entregue nesta terça-feira (11) pelo prefeito ACM Neto. 

Representando as 120 famílias que residirão no conjunto, Carla Verônica Santos, de 28 anos, e Marilda Souza, 53 anos, receberam cada uma, das mãos do prefeito, o termo de posse da moradia. Para a reurbanização da localidade após o deslizamento que destruiu parte da comunidade, foram investidos cerca de R$26 milhões, sendo R$13,5 milhões para contenção da encosta e R$12,5 milhões para a construção da Vila Barro Branco.

ACM Neto ressaltou que a situação provocada pelas chuvas em 2015 fez com que a Prefeitura demonstrasse grande capacidade de mobilização e transformação das ações municipais. “É uma realização extraordinária. Vem a lembrança do que aconteceu há cinco anos, quando houve o deslizamento da encosta e pessoas morreram. Era um drama, as pessoas aflitas e, a partir dali, passamos a acompanhar o dia-a-dia da comunidade do Barro Branco”, relembrou.

“No lugar onde aconteceu aquela tragédia, a vida falou mais alto. Hoje, as famílias que moravam aqui naquela época voltam a habitar o local e se somam a outras também vítimas de chuvas e que vão viver com toda a segurança. É uma alegria e contentamento muito grandes de viver esse momento e poder fazer essa entrega na cidade”, completou ACM Neto.

Emocionado, o vice-prefeito Bruno Reis, também presente na solenidade, ressaltou o profundo envolvimento com a comunidade em dois momentos: à frente da Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), em 2015, quando aconteceu o deslizamento, e, até recentemente, da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), ao acompanhar a elaboração e construção da vila ocorrida em um tempo recorde – sete meses. 
“Barro Branco havia se tornado uma montanha de areia e lama e, hoje, ao ver como está esse local, não há sentimento maior de realização. Não há nada mais importante para um ser humano do que a própria casa. Este empreendimento é o primeiro construído pela Prefeitura exclusivamente para vítimas das chuvas”, declarou.

Estrutura – Com projeto desenvolvido pela Seinfra, o empreendimento habitacional é composto por quatro torres com 30 unidades e cinco pavimentos cada. Para concretizar essa nova fase de esperança e de um futuro melhor, as torres receberam os nomes de flores – Açucena, Cerejeira, Lótus e Narciso –, que possuem significado de renovação, renascimento e nova fase da vida.

Com entrega das chaves a ser realizada nas próximas semanas, os apartamentos possuem dois quartos, sala, cozinha, área de serviço e sanitário. Todos atendem aos critérios básicos de moradia, acessibilidade e recomendações técnicas. O conjunto também possui parque infantil, academia de ginástica ao ar livre, quadra poliesportiva, espaço de jogos, pista de cooper, quiosque, espaços de convivência, estacionamento e energia solar nas áreas comuns.

Foi reservado, ainda, um espaço para a implantação de uma horta comunitária, com plantio a ser realizado futuramente pelos moradores com apoio da Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis). Há também a melhoria do acesso com alargamento da Avenida Bolera, que terá seis metros em mão dupla, além de passeios com acessibilidade.

Recomeço – As lágrimas que um dia foram de tristeza pela perda da mãe, irmã, avó e primo em 2015 hoje são de alegria para Carla. “Mesmo depois de tudo o que aconteceu, quis voltar para cá. Acompanhei toda a construção e, agora, vou morar em um local mais seguro. O nome que eu dou a isso é gratidão pois, depois de tudo o que eu passei, tenho a certeza de que vou ter a minha casa”, contou.

Foto: Max Haack/Secom
SECOM 

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