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Estudo mostra que apps de saúde compartilham dados de usuários ilegalmente

Informar-se sobre saúde nunca foi tão fácil; sites especializados e aplicativos têm sido muito explorados para monitorar sintomas, prevenir doenças e manter o horário adequado de ingestão ou aplicação de medicamentos. Mas um grupo de seis cientistas dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália descobriu que vários desses serviços têm coletado e compartilhado dados de seus usuários sem comunicá-los claramente sobre isso.

No estudo publicado na revista científica The BMJ, os especialistas avaliaram 24 apps de saúde para Android, considerados populares entre médicos e pacientes — dentre eles, Ada, drugs.com e Medscape. A conclusão foi de que 79% dessas ferramentas compartilham pelo menos um dado de seus usuários com outras empresas. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores seguiram dois passos importantes: o primeiro foi criar quatro perfis falsos para cada app; o segundo foi determinar um ponto inicial de onde o tráfego de rede relacionado aos dados dos perfis seria retransmitido enquanto os aplicativos estivessem em uso.

Em seguida, os estudiosos mantiveram as mesmas informações desses perfis durante 14 vezes em que usaram as ferramentas. Antes da 15ª vez, fizeram pequenas mudanças nas contas e começaram a buscar diferenças no tráfego da rede, para confirmar se e como os dados estavam sendo compartilhados com outras empresas. O estudo demonstrou que a maioria dos dados estava sendo usada para melhoria de funções dos próprios apps, mas foram encontradas situações em que eram explorados para segmentação de anúncios de outras empresas do setor de saúde, por exemplo.

Por outro lado, houve casos em foram fornecidas informações para terceiros de áreas completamente diferentes, como agências de análise de crédito. Embora esses dados aparentemente sejam anônimos, os pesquisadores indicaram que algumas empresas tiveram acesso a uma ampla quantidade deles, de forma que seria possível reuni-los para inferir a identidade de seu dono.

A equipe ainda notou que alguns aplicativos até indicavam, em suas políticas de uso, que isso poderia ocorrer, porém eventualmente determinavam o limite de compartilhamento; nenhum deles ofereceu a possibilidade de os usuários recusarem essa prática. Mesmo que a atividade seja comum no segmento de saúde, os cientistas ressaltam a importância de que seja comunicada adequadamente. O correto é que os desenvolvedores permitam que “os usuários escolham com precisão quais dados são compartilhados e com quem”, aponta a publicação.(Tecmundo)

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