Saiba o que é mito e o que é verdade sobre a febre amarela
Muitas informações enganosas estão sendo divulgadas sobre a doença e sobre a vacinação. Não acredite em recomendações anônimas e fique atento às indicações do Ministério da Saúde
A transmissão de febre amarela se dá apenas por meio da picada de mosquito. Os macacos são, assim como os humanos, apenas hospedeiros do vírus e servem como indicador da presença da doença em uma região. Eles não devem, em hipótese alguma, ser mortos pela população. Caso um macaco morto ou doente seja encontrado, o cidadão deve informar ao serviço de saúde de sua cidade ou estado pelo telefone 136.
Apenas a picada dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus em áreas silvestres. Nas áreas urbanas, o Aedes aegypti (o mesmo que transmite dengue, zika e chikungunya) é o transmissor. Não existe contaminação entre humanos ou por meio de outro animal, como o macaco.
Desde 2017, o Ministério da Saúde segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e indica apenas uma dose da vacina, válida por toda a vida. Mesmo durante surtos, não é indicado se vacinar mais de uma vez contra a doença, já que isso não vai deixar a pessoa mais protegida.
A vacinação fracionada apresenta, de acordo com o Ministério da Saúde, a mesma eficácia que a dose única padrão. A proteção é de, pelo menos, oito anos. O fracionamento é recomendado pela OMS quando há aumento na morte de macacos e de casos da febre amarela silvestre e risco de expansão da doença em cidades com índice populacional alto.
Divulgada em aplicativos de mensagem, a informação de que tomar própolis afasta os mosquitos é falsa. Para evitar as picadas, o recomendado é utilizar roupas de manga longa e repelentes liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de instalar telas de proteção em portas e janelas. Também se certifique de que não há água parada em casa, possível criadouro dos mosquitos.
A vacina é eficaz e segura. A vacinação não é indicada apenas para pessoas com alergia grave ao ovo; portadores de doença autoimune; crianças menores de seis meses; pessoas que vivem com HIV/Aids (com contagem de células CD4 menor que 350 células/mm3); e pacientes de quimioterapia/radioterapia.
A vacina não é indicada às gestantes, mas é preciso avaliar os riscos e benefícios junto ao serviço de saúde caso a mulher esteja em local com surtos, epidemias ou vá viajar para área com risco. Da mesma forma, mulheres que amamentam bebês maiores de 6 meses de idade podem ser vacinadas, dependendo do local onde estejam. Mães de bebês com menos de 6 meses devem evitar a vacinação.
Não há registro de febre amarela urbana no Brasil desde 1942. Moradores de áreas rurais ou mata, ou viajantes que pretendem visitar esses lugares, devem tomar a vacina.
Fonte: Governo do Brasil, com informações do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)