Especialistas dão dicas para proteção da pele e olhos no carnaval
Usar filtro solar e reaplicar a cada três horas para evitar queimaduras pelo sol nessa época do ano e, especialmente durante os desfiles dos blocos de rua, é uma recomendação que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) faz aos foliões para o carnaval deste ano. A médica Tatiana Gabbi, membro da SBD, alerta que as pessoas devem dar preferência aos blocos que saem pela manhã ou à tardinha, evitando o horário de pico do sol das 10h às 16h, além de usar chapéu e boné, para evitar exposição direta do couro cabeludo aos raios solares.
“Usar roupas leves, claras, e óculos de sol para sair nos blocos. É importante”, disse Tatiana. Lembrou também que as pessoas não devem esquecer de passar repelente na pele. Ele deve ser aplicado por cima do filtro solar e reaplicado da mesma forma.
Para as crianças que participam dos blocos, a dermatologista indicou que os pais ou responsáveis devem oferecer aos pequenos bastante água para mantê-los hidratados. “E é importante não agasalhar demais as crianças e evitar fantasias com tecidos sintéticos que esquentam e podem causar alergia”. Do mesmo modo, os pais devem evitar colocar perucas ou chapéus de feltro, que deixam as crianças com mais calor.
Tatiana Gabbi alertou também para os cuidados que devem ser tomados com relação aos pés de crianças e adultos. Para proteger os pés de calosidades, bolhas, traumas e risco de cortes, a dica é dar preferência para sapatos confortáveis, folgados ou tênis e similares.
Micose
Foliões de todas as idades devem evitar também ficar com roupas molhadas no corpo, porque podem levar ao aparecimento de micoses. “A micose precisa de umidade e calor. Quando a gente fica com roupa úmida no corpo, acaba agredindo a pele e pode desenvolver micose, principalmente na região da virilha”. Também nos pés pode aparecer micose, com o uso de sapatos molhados.
No que se refere à maquiagem para o carnaval, é possível evitar alergias usando produtos de boa procedência ou que tenham sido experimentados previamente. Tatiana avaliou que não há muito problema de toxicidade ou de alergia no uso de glitter.
O problema é quando se usa maquiagem de cobertura maior, chamada maquiagem artística. “No sol, não é uma boa combinação, porque tem o perigo de ir para dentro dos olhos e causar problemas”. A dermatologista recomendou que se evite sempre a região dos olhos nesse tipo de maquiagem.
Sobre os ‘sprays‘ de espuma, que contêm às vezes substâncias tóxicas, disse que o ideal é evitar. “Por isso, a gente recomenda o uso de óculos nos blocos porque se alguém usar esse tipo de produto, o olho está protegido”.
Visão
Outra especialista, a oftalmologista Aletea Lima, membro da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, destacou os cuidados que os foliões devem tomar com relação a cílios postiços, como cílios de Led e com ímã, bem como adesivos de delineador, que são bastante utilizados em maquiagens de carnaval. “Eles não são proibidos nem representam risco para a visão, mas é preciso tomar cuidados”, advertiu.
O primeiro deles é procurar certificar-se com seu oftalmologista se nas pálpebras e cílios está tudo apto para uso de qualquer apetrecho que tenha adesivos ou coisas semelhantes, porque as alterações palpebrais e ciliares são normalmente microscópicas. “Então, tem que tentar ver se você está com alguma bactéria, casquinha no cílio, se tem alguma alergia. Isso tudo é visto no microscópio”.
Os foliões devem fazer uma higiene das pálpebras apropriada antes e depois de colocar qualquer maquiagem ou apetrecho carnavalesco. Aletea enfatizou que esses produtos são de uso pessoal exclusivo do folião e não devem ser compartilhados com outras pessoas. É necessário ter atenção a possíveis alergias porque, geralmente, esses artigos de maquiagem vêm com cola.
Trauma
Deve-se ainda ter cuidado com o trauma direto. Maquiagens de carnaval modernas têm luzes que brilham e muita purpurina. “É preciso tomar cuidado com criança ou com foliões meio altinhos que olham aquilo diferente e imediatamente levam a mão ao seu rosto, bem como a pessoa que vai colocar esses produtos, para não ter nenhum trauma mecânico no colocar. Ou seja, é evitar o contato direto por meio de trauma de curiosos e de quem vai fazer a manipulação”, sugeriu.
Da mesma forma, a oftalmologista recomendou cuidado com confetes, cujas partículas têm mais chance de entrar no olho e podem arranhar e ferir a córnea, obrigando o folião a ir para emergência oftalmológica. Deve-se usar lubrificante ocular ou colírio antes e depois da maquiagem. Mas se cair algo no olho, a dica é lavar com água filtrada ou, de preferência, soro fisiológico, até não sentir mais ou desconforto.
Em relação às crianças, Aletea Lima recomendou aos pais que podem pintar todo o rosto, mas não precisam pintar os olhos dos pequenos foliões, porque o olho da criança é mais sensível a qualquer produto químico que tenha na maquiagem ou na tinta. “Portanto, o cuidado com a criança tem que ser redobrado”. A orientação oftalmológica é que a pessoa tem que ter cuidado redobrado com o olho, principalmente nessa época em que há muito calor e suor e a criança passa muito a mão no olho. Terçol e conjuntivites são alguns problemas que podem surgir.
(Agência Brasil)