Leishmaniose: cidade registra 1.355 casos em 2017
A campeã olímpica Maurren Maggi foi diagnosticada com leishmaniose. Ela contraiu a doença durante a participação em um reality show da Band, gravado na República Dominicana. A leishmaniose é uma zoonose e cerca de 90% dos casos registrados na América Latina ocorrem no Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Na Bahia, de acordo com a Vigilância Epidemiológica estadual, o maior número de notificações da doença em 2017 foi registrado na região sul do estado. Ao todo, 1.355 pessoas foram infectadas, em sua maioria homens, de 20 a 30 anos de idade.
Rosani Carvalho, técnica da vigilância, explica que a doença é causada por um protozoário e transmitida pela picada do mosquito flebótomo, conhecido popularmente como mosquito-palha. O protozoário geralmente utiliza o corpo de animais, como raposas e sariguês para se hospedar.
Conforme a especialista, há dois tipos de leishmaniose: a cutânea e a visceral. Cada uma apresenta sintomas diferentes. A cutânea provoca feridas na pele e nas mucosas das vias aéreas superiores. Pode causar dor ou incômodo no local.
“É uma doença causada por um protozoário e ele vai exatamente alterando o tecido ali naquela região e formando aquela ulceração, que vai sempre aumentando e corroendo, formando uma ferida cada vez maior. Ela só vai cicatrizar com o tratamento”, disse Rosani Carvalho.
Já a leishmaniose visceral, também conhecida como febre dundun, caracteriza-se pela perda de peso, febre de longa duração, fraqueza, aumento do baço e anemia profunda. Esse é o tipo mais perigoso da doença. Pode levar a óbito se não for tratada.
Mortalidade
Ainda conforme Vigilância Epidemiológica da Bahia, somente no ano passado foram registrados 217 casos de leishmaniose visceral. Desses, 6% morreram por conta da doença. O norte do estado, próximo a Irecê, foi o mais acometido por esta variação da patologia. As maiores vítimas foram crianças de 1 a 9 anos de idade.
Na opinião de Carvalho, a mortalidade infantil pode estar relacionada com o sistema imunológico das crianças, que por não estar completamente desenvolvido facilita o avanço da doença.
Rosani Carvalho explica que o diagnóstico é efeito a partir de exames clínicos e laboratoriais. Contudo, o médico analisa, primeiramente, o quadro epidemiológico da localidade, ou seja, se a região na qual a pessoa esteve há registros da doença.
O tratamento é à base de medicamentos que visam combater o protozoário. Quando mais cedo a doença for detectada, maiores as chances de cura. (TB)