Tecnologia

Google lança no Brasil serviço que reúne vagas de emprego anunciadas na internet

O hábito de “dar um Google” chegou ao mundo do emprego. A empresa passa a mostrar no Brasil a partir desta terça-feira (30) uma lista de vagas de trabalho ofertas em diversos sites sempre que o internauta fizer buscas por ofertas de trabalho no Google.

Funciona assim:

  • Para ativar o recurso, basta digitar, por exemplo, “trabalhos em restaurantes”, “empregos em São Paulo” ou mesmo “trabalhos próximo a mim” na caixa de pesquisa do Google;
  • isso faz a ferramenta de busca rastrear as oportunidades disponíveis no site de diversos parceiros;
  • as vagas encontradas são listadas diretamente no resultado de buscas, em forma de cartões.

O chamado Google Jobs foi lançado em junho do ano passado nos Estados Unidos. Chega ao Brasil na primeira expansão internacional da ferramenta –o recurso também será levado aos outros países da América Latina.

O Brasil fechou 20,8 mil postos de trabalho formais em 2017, terceiro ano consecutivo em que o país mais demite do que contrata.

Inicialmente, o Google Jobs vai expor no Brasil as vagas listadas por seis empresas:

  • Empregos.com.br
  • LinkedIn
  • Love Mondays
  • OLX
  • Trampos.com
  • Vagas.com.br

O novo recurso usa inteligência artificial para entender o tipo de trabalho buscado. E, segundo o Google, a ferramenta não usa dados pessoais para exibis ofertas de empregos baseadas nos interesses do usuário que foram captados pela empresa.

Empregos na busca

A partir do momento que os postos de trabalho são exibidos na ferramenta de busca, é possível aplicar filtros, como:

  • data em que a oferta foi publicada;
  • título da vaga;
  • setor a que pertence o posto;
  • localização: é possível selecionar apenas trabalho próximo ao domicílio; quando a opção for essa, o Google mostra quanto tempo demora para chegar à empresa empregadora e quais as opções de transporte (ônibus, metrô, carro etc).

Um atributo da ferramenta nos EUA que não chegará ao Brasil é o filtro de vagas conforme a faixa salarial. Segundo o Google, a implantação dessa comparação precisa de dados que nem sempre estão disponíveis nos anúncios publicados. “A gente viu que a maioria dos anúncios de vaga não fornece uma proposta de salário.”

Outras funções do Google Jobs são salvar uma vaga para ver mais tarde e criar configurações para o serviço disparar avisos quando o emprego dos sonhos estiver disponível.

“A procura por emprego é muito difícil de qualquer forma. A última coisa que você quer é que a tecnologia seja algo que te mande embora, porque você precisa se concentrar em outras coisas. Que encontrar uma vaga seja, ao menos, a parte fácil”, diz Zakrasek.

Inteligência artificial

Por isso, o novo recurso vai ter uma camada de inteligência artificial. “Ela vai servir nesse recurso para entender quais posições se aplicam a sua busca”, diz o gerente de produtos.

Ele explica:

“Se eu procuro por vagas de caixas de supermercado, há muitas formas de empregadores anunciarem postos assim. Podem chamar de ‘vagas para varejo’ ou ‘vagas de representante comercial’. A inteligência artificial da busca do Google consegue entender que todos esses trabalhos se referem à mesma posição.”

Emprego x dados pessoais

O Google promete não usar nesta ferramenta outros dados pessoais além da localização do usuário. Zakrasek afirma que analisar outras informações do internauta poderia fornecer resultados de busca inúteis.

“A gente poderia pensar que uma pessoa que pesquisou por escalada poderia querer receber ofertas de emprego de atividades ao ar livre ou em academias. Mas o que descobrimos, perguntando a pessoas reais, é que às vezes muitas pessoas usam o mesmo computador ou o mesmo telefone”, diz ele.

“Além disso, os interesses pessoais das pessoas podem não ter nenhuma relação com o que ela quer fazer profissionalmente.”

Google x parceiros

O modelo de funcionamento do Google Jobs se assemelha à fórmula do Google Shopping, sessão da busca do Google destinada a mostrar ofertas de produtos. Em junho de 2017, a União Europeia considerou que essa ferramenta era usada pelo Google, o maior motor de buscas da internet, para minar o alcance de outros comparadores de preço concorrentes. Por ver na prática um abuso de poder econômico, o bloco europeu aplicou uma multa de € 2,4 bilhões, um valor recorde para casos antitruste na Europa.

O Google afastou a hipótese do Jobs ser um risco à sobrevivência dos sites que reúnem as vagas que serão exibidas na busca. “A grande maioria das empresas fatura por meio de aplicações, mas também há aquelas que ganham dinheiro mostrando propaganda. Quando há mais tráfego de pessoas chegando, eles podem mostrar mais anúncios”, diz Zakrasek.

Para corroborar a afirmação, o gerente cita que, após seis meses de funcionamento nos EUA, houve aumento de 60% no número de empresas que ofereciam vagas na internet.(G1)

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