Venezuela expulsa embaixador do Brasil: ‘Persona non grata’
Na quinta-feira o governo brasileiro divulgou uma nota de repúdio ao governo de Nicolás Maduro.
Chamou de arbitrária a dissolução dos governos municipais de Caracas e alto apure e a imposição de exigências que comprometem a participação de partidos de oposição no processo eleitoral da Venezuela.
Na nota o Itamaraty disse também que o governo de Nicolás Maduro tem que reconhecer a gravidade do quadro humanitário e autorizar ajuda internacional principalmente nas áreas de saúde e alimentação.
A reação veio hoje. A presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela, Delcy Rodríguez,
anunciou que o embaixador do Brasil em Caracas, Ruy Carlos Pereira, foi declarado “persona no grata”.
O encarregado de negócios da embaixada do Canadá na Venezuela, também foi declarado persona non grata.
Segundo a presidente da Assembleia por causa de interferência vulgar nos assuntos internos da Venezuela. O Canadá também tinha feito críticas a Maduro.
Eleita em um processo que a oposição acusa de ter sido fraudulento, a constituinte tem poderes para destituir e nomear autoridades e aplicar leis.
Declarar um diplomata “persona non grata”, não bem-vinda, na linguagem diplomática significa uma expulsão do país.
O embaixador brasileiro, Ruy pereira, não estava mais em Caracas quando o anúncio foi feito. Ele veio na sexta-feira (22) para o Brasil para passar o Natal e o Réveillon.
O Itamaraty disse que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial. No fim da tarde, informou em uma nota que caso confirmada essa decisão demonstra, uma vez mais, o caráter autoritário da administração Nicolás Maduro e sua falta de disposição para qualquer tipo de diálogo. O Brasil aplicará as medidas de reciprocidade correspondentes.
Não é a primeira vez que Brasil e Venezuela se estranham durante o governo Michel Temer. Em setembro do ano passado, foi o governo brasileiro que chamou o embaixador Ruy Pereira de volta ao Brasil depois de críticas da Venezuela ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.(JN)