PSDB dá tiro mortal na reforma da Previdência
Se antes boa parte da bancada federal do PSDB dava claros sinais de que votaria contra a proposta de reforma da Previdência Social, quantos dos seus integrantes, agora, serão ainda capazes de votar a favor depois que o partido divulgou documento onde cobra que o governo faça novas concessões se quiser aprovar a reforma?
Sem os votos do PSDB, como voltou a observar, ontem, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, não haverá reforma. “Estou fazendo o que posso”, disse Maia depois de reunir-se com deputados de vários partidos. Saiu da reunião convencido de que o PR e o PSD votarão contra a reforma. Se ela não passar na Câmara ainda este ano, no próximo não passará.
Vive-se há meses a ilusão de que o governo ainda tem chances de aprovar da reforma. Já teve. Perdeu-as quanto o presidente Michel Temer foi atingido por duas denúncias de corrupção depois de ter dito o que disse e ouvido o que ouviu do empresário Joesley Batista, dono do Grupo JBS, em encontro noturno e sigiloso no porão do Palácio do Jaburu. Desde então, Temer virou um morto vivo.
Passou a gastar todas as suas energias para escapar de ser processado pelo Supremo Tribunal Federal. Gastou também a pequena reserva de popularidade que adquirira ao suceder a presidente Dilma Rousseff, de triste memória. Não caiu porque lhe restassem virtudes. Ficou porque os partidos não se juntaram em torno de um nome para substitui-lo.
Não havia ninguém, foi ficando. Mas sem condições de poder ousar coisa alguma. Assim será até o último dos seus dias no Palácio do Jaburu. Para sua segurança, em breve arame farpado cercará o palácio.