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Pesquisa usa planta encontrada no Nordeste para combate ao HIV

Em São Carlos, no interior de São Paulo, pesquisadores brasileiros, em parceria com americanos, descobriram que uma planta da nossa flora pode ajudar pacientes com HIV.

É de uma trepadeira encontrada no Nordeste que vem a esperança de um novo remédio. No laboratório da USP, em São Carlos, os cientistas extraíram da semente da planta uma proteína chamada puchelina.

“É uma planta tóxica, na verdade, as sementes têm essa toxina, que a gente está usando, e é bastante tóxica, pode matar se for ingerida, por exemplo, a semente. O fato de ela matar que está sendo usado de uma forma benéfica”, disse a pesquisadora da USP Ana Paula Ulian Araújo.

A proteína da semente foi ligada a anticorpos produzidos no laboratório. Em parceria com a Universidade da Luisiana, nos Estados Unidos, os pesquisadores testaram a substância em células com o vírus HIV, fornecidas por um hospital norte-americano.

Eles descobriram que a mistura da proteína puchelina com os anticorpos identifica somente as células doentes, matando o HIV. Já os glóbulos brancos sadios não são atingidos. O pesquisador iraniano que coordenou os testes explica que a substância age em pouco tempo; 90% das células infectadas com o vírus HIV morrem em dez minutos.

O resultado acaba de ser publicado em um dos principais sites de divulgação científica do mundo, que reúne artigos da revista “Nature”.

Em todo o país, quase 830 mil pessoas são portadoras do HIV, segundo o Ministério da Saúde. São 41 mil novos casos por ano. Hoje, os medicamentos matam só os vírus que estão circulando no organismo e provocam geralmente diarreia, vômito e manchas. Já a substância produzida na USP consegue eliminar também os vírus que estão escondidos no corpo, em lugares como o sistema linfático e em partes do intestino.

“Esse composto, a gente percebeu que ele age diretamente nas células, onde os vírus estão praticamente dormindo ali”, afirmou o professor da USP Francisco Guimarães.

A próxima fase é testar a substância em macacos e depois em humanos.

“É o começo muito positivo que pode trazer, a partir de estudos então posteriores, quem sabe a tão desejada cura da Aids. É claro que a gente não pode dizer isso agora, mas o potencial existe e é muito promissor”, declarou a pesquisadora.(G1)

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