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Mito ou verdade: pode tomar sol o dia todo se estiver usando protetor solar?

Item obrigatório tanto no verão quanto no inverno, o protetor solar evita problemas como queimaduras, câncer de pele e envelhecimento precoce, mas será que o produto é suficiente para um dia inteiro de exposição ao sol?
De acordo com dermatologistas, só o protetor solar não basta: a fotoproteção deve ser um conjunto de medidas para se proteger do sol. Essas medidas incluem o protetor solar, mas há também outras formas que devem ser associadas, como o uso de chapéus, de óculos escuros e de roupas com proteção solar, por exemplo.
“O sol emite vários tipos de radiação, ondas de comprimentos variados. Cada um desses comprimentos de onda determinará as consequências dessa radiação para os seres humanos”, explica Analexia Florentino, dermatologista da clínica Mais Excelência Médica.
“Assim, é imprescindível que, além de aplicarmos generosamente um filtro solar, devemos sempre ficar à sombra e com chapéus de abas largas e tecidos grossos, de preferência escuros, mesmo nos horários de sol menos intenso”, completa a profissional.
Outra dica da médica é se manter com roupas sempre secas enquanto estiver exposto ao sol. “O tecido molhado protege menos do que o seco. Porém, há marcas de chapéus e roupas de tecidos leves com tramas mais fechadas, que permitem uma proteção razoável mesmo quando molhados”, alerta Analexia.

Protetor solar

O protetor solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição e reaplicado a cada duas ou três horas, ou após períodos de imersão na água.
A quantidade deve ser generosa. Entenda a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) sobre a quanto protetor solar deve ser usado em cada parte do corpo:
  • Rosto, cabeça e pescoço: 1 colher de chá (para ser dividida entre as três partes)
  • Braço e antebraço direitos: 1 colher de chá
  • Braço e antebraço esquerdos: 1 colher de chá
  • Torso (frente e costas): 2 colheres de chá (1 para a frente e 1 para as costas)
  • Coxa e perna direitas: 2 colheres de chá (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás)
  • Coxa e perna esquerdas: 2 colheres de chá (1 para a parte da frente e 1 para a parte de trás).
Além disso, deve-se lembrar que o protetor precisa ser usado tanto em dias ensolarados quanto em períodos mais nublados.
O Fator de Proteção Solar (FPS) também é uma escolha importante para uma fotoproteção eficiente. Ele pode variar de acordo com a sensibilidade de cada pele.
“Seu método é baseado na determinação da Dose Eritematosa Mínima (DEM), definida como sendo a menor quantidade de energia necessária para o desencadeamento de eritema (vermelhidão) em áreas de pele protegidas e não protegidas pelo produto em estudo”, explica Florentino.
Isso significa que o tempo que a pele demora para apresentar vermelhidão é usado como base para escolher o FPS. “Assim, se um determinado protetor apresenta o valor de FPS 30, significa, na prática, que é necessária uma exposição solar 30 vezes maior para produzir eritema, se comparada à situação em que este usuário não estaria usando aquele protetor”, complementa a especialista.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia indica o FPS mínimo de 30, mas o dermatologista deve ser consultado para determinar esse número para cada paciente.

Diferença entre UVA e UVB

A proteção dos filtros e bloqueadores solares atua na incidência de raios ultravioleta A e B, e a diferença entre eles está nos efeitos que cada um causa na pele.
“A radiação UVA possui intensidade constante durante todo o ano, atingindo a pele praticamente da mesma forma durante o inverno ou verão. Ela penetra profundamente na pele, sendo a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e também dispõe a pele ao surgimento do câncer”, explica Daniel Dziabas, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Já a radiação UVB tem sua incidência aumentada durante o verão, especialmente nos horários entre 10h e 16h, quando a intensidade dos raios atinge seu máximo. Os raios UVB penetram superficialmente e causam as queimaduras solares. É o principal responsável pelas alterações celulares que predispõem ao câncer da pele”, completa o especialista.

Contraindicações

Mesmo com a associação de medidas de fotoproteção, a exposição prolongada ao sol tem contraindicações e pode prejudicar a saúde da pele. O bronzeamento é uma das consequências de ficar muito tempo no sol. Apesar de deixar o visual com aquela cara de verão que muitos adoram, ele nada mais é do que uma reação do corpo diante das radiações, que, para se proteger, aumenta a produção de melanina e dá o tom mais escuro.
Quando a exposição passa do ponto de bronzeamento, pode resultar na dilatação dos vasos sanguíneos e ocorrência de queimaduras. “Em geral, as queimaduras solares iniciam-se com uma vermelhidão, que em seguida evolui para diferentes graus de dor. Lesões superficiais podem ser tratadas com cremes e loções, e os banhos quentes são desaconselhados nas áreas afetadas, bem como a utilização de sabonetes. Se o quadro evolui para o aparecimento de bolhas, vesículas (que são bolhas menores) e dor intensa, recomenda-se os mesmos cuidados anteriores, devendo evitar a manipulação do local”, orienta Florentino. Nesses casos, é indicado procurar ajuda médica para evitar o aparecimento de infecções ou sequelas, como manchas e cicatrizes.
Além de manchas e doenças de pele, “a exposição à radiação UV também leva ao colapso a produção de colágeno e elastina, acelerando o processo de formação de rugas e linhas finas”, acrescenta a médica.
“A pessoa que se expõe sem proteção ideal pode ainda apresentar lesões pré-cancerosas e câncer da pele”, complementa Dziabas.(minha vida)

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