Cientistas criam método simples para diagnosticar Alzheimer
Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram um método simples, rápido e de baixo custo para detectar a doença de Alzheimer. Atualmente, os médicos contam apenas com técnicas pouco precisas para o diagnóstico, como tomografia, ressonância magnética e análise clínica dos sintomas.

Na pesquisa, os cientistas notaram que pacientes com Alzheimer apresentam alteração na proteína ADAM10, presente no sangue. Para comprovar a alteração, foram selecionados 24 voluntários com mais de 60 anos, divididos entre saudáveis, portadores de Alzheimer e de transtorno neurocognitivo leve (considerado o pré-Alzheimer). A etapa foi coordenada pela professora Márcia Regina Cominetti, do Departamento de Gerontologia.
A conclusão foi que a proteína apresentava alterações tanto nos pacientes portadores de Alzheimer como nos de pré-Alzheimer. “Nesse universo pequeno de 24 indivíduos, ficou bem notória a diferença nos valores da ADAM10. Isso mostra que [o método] tem uma boa precisão”, afirmou o professor.
O exame foi feito com o uso de biomarcadores, cujo custo material não passa de R$ 3, tornando possível identificar diferentes estágios da doença e até mesmo predisposição ao Alzheimer, segundo a pesquisa. Uma pequena quantidade de sangue é tratada com partículas magnéticas que são capturadas por um imã. A concentração é determinada com um dispositivo sensor descartável. O nível do biomarcador tende a aumentar, dependendo do grau da doença.
Em termos de custo, essa tecnologia é vantajosa por ser mais acessível à população, uma vez que o valor cobrado pela tomografia computadorizada gira em torno de 400 a 800 reais. Outra vantagem do biomarcador é que, se descoberto de forma precoce, o tratamento do Alzheimer pode até retardar o avanço da doença. Os métodos atuais só detectam a doença em estágios mais avançados.
De acordo com os pesquisadores, a patente do biomarcador já foi registrada, mas a previsão é que o produto leve de cinco a 10 anos para chegar ao mercado. A próxima etapa do estudo será a ampliação do número de voluntários para 200 a 300.(Agência Brasil)