Câmara lança campanha pela não violência contra as mulheres
“Salvador: Carnaval da Alegria, da Música e do Respeito à Mulher”. Esse é o slogan da campanha que a Câmara Municipal de Salvador vai lançar no Carnaval com o objetivo de contribuir para a redução dos índices de violência durante a festa e conscientizar a população sobre os direitos da mulher. A iniciativa da Comissão da Defesa dos Direitos da Mulher acontece pelo segundo ano consecutivo e será apresentada no domingo (26), às 12h, no camarote da Casa Legislativa, no Campo Grande.
A campanha pretende reforçar as ações da Secretaria da Reparação (Semur) e da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) que realizam, durante a folia, o Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra Mulher. Este ano, além da central de observação, que fica instalada no Campo Grande, o Observatório contará com cinco mirantes localizados na Casa de Itália, praças da Piedade e Castro Alves (Circuito Osmar), Barra Center e Largo do Camarão (Circuito Dodô).
Para o presidente da Câmara Municipal, vereador Leo Prates (DEM), a iniciativa se soma ao esforço da prefeitura e de demais órgãos e entidades carnavalescas para garantir a paz durante a festa e o respeito aos direitos das mulheres.
A presidente da Comissão da Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), destaca o papel do colegiado na rede de proteção à mulher e elogia a adesão dos parceiros. “Temos um compromisso com o combate à violência contra as mulheres durante todo o ano, mas no Carnaval reafirmamos esse empenho em conjunto com os poderes públicos, a sociedade e as entidades que fazem aqui a maior festa popular do país. As agressões contra as mulheres têm crescido. A nossa união é uma arma e a apuração dos crimes um dever”, defende a vereadora.
Estatísticas
Em 2015, segundo dados do Observatório da Semur, foram registradas 847 agressões contra mulheres durante o Carnaval e, em 2016, esse número subiu para 2.025. Deste total, 63% das vítimas foram negras. A violência física predominou com 1.114 casos (55%), seguida da verbal/gestual discriminatória com 911 registros (45%). O Circuito Dodô teve 455 ocorrências (22,4%) e o Osmar 1.570 (77,6%).
Do total dos agressores, 88% eram foliões. Sendo que, dos 1.777, 956 estavam em blocos de trio e 496 eram foliões “pipoca”. Entre os agressores, 8%, o que corresponde a 155 pessoas, eram trabalhadores informais. Entre eles, 95 eram cordeiros de blocos e 44 ambulantes. Houve, ainda, registros incluindo policiais militares e agentes da Guarda Municipal, o que totalizou 4% dos casos.
Já o Ligue 180 teve um aumento de 174% de denúncias atendidas pelo serviço em relação a 2015. No ano passado, foram 3.174 relatos no país. A Bahia ficou em 4º lugar do ranking nacional com 223 ocorrências registradas em todo o estado.