Secretários deixam postos até amanhã
No próximo dia 2 de junho, quatro meses antes do pleito de outubro, encerra-se o prazo para desincompatibilização de quem ocupa cargo de secretário municipal e pretende disputar algum cargo eletivo em chapa majoritária, seja para prefeito ou para vice nas próximas eleições. Em Salvador, em atendimento à legislação eleitoral, a previsão é que até amanhã sejam exonerados pelo menos quatro secretários municipais que estão na corrida pela vaga de vice-prefeito em uma possível chapa do prefeito ACM Neto (DEM), que mantém mistério se vai disputar a reeleição ou não.
Conforme apurado pela Tribuna, serão afastados os seguintes auxiliares do gestor: Bruno Reis, secretário de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps), do PMDB; Guilherme Bellintani, recém-filiado ao DEM e secretário de Educação (Smed); Luiz Carreira, integrante do PV e secretário da Casa Civil; e Sílvio Pinheiro, secretário de Urbanismo (Sucom) e estreante no PSDB. Além dos quatro nomes, também pode ser afastado para integrar o campo de possibilidades no tabuleiro do xadrez o chefe de gabinete do prefeito, João Roma, agora integrante do PRB.
No PMDB, além de Bruno Reis, outro nome que vinha sendo ventilado é o do secretário de Mobilidade, Fábio Mota, inclusive, seria a aposta pessoal do presidente estadual do PMDB e agora ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, Geddel Vieira Lima. No entanto, com a desincompatibilização apenas de Reis, nome preferido de Neto na legenda, Mota ficaria no meio do caminho.
Apesar desse cenário favorável para o titular da Semps, a sua escolha dependerá de como andará a Lava Jato até o prazo final que ACM Neto terá para bater o martelo sobre sua eventual chapa. As convenções para a escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações devem ocorrer de 20 de julho a 5 de agosto de 2016, e será nesse período que o democrata fechará questão sobre a majoritária. Uma fonte com bom trânsito no Palácio Thomé de Souza afirma que Neto aguarda o desenrolar da operação que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, pois há temor de que algo possa atingir o presidente do PMDB na Bahia e ministro Geddel Vieira Lima, o que implicaria em obstáculo para o partido indicar um nome na vice para ser testado nas urnas ao lado do gestor.
No caso de a Lava Jato melar os planos de Geddel, ACM Neto passaria a contar com sua segunda alternativa: Luiz Carreira. O agora verdista seria o plano B no mapa da eventual montagem de chapa. Com força semelhante, estaria o PSDB, que teria como opção para a vaga o secretário Sílvio Pinheiro.
Bellintani seria nome reserva para prefeito
O secretário de Educação do município, Guilherme Bellintani, é um dos secretários mais elogiados pelo prefeito ACM Neto. O gestor se filiou inicialmente ao PPS e posteriormente acabou indo para o DEM. A movimentação foi uma articulação do chefe do Palácio Thomé de Souza, que mantém de pé ainda a possibilidade de não disputar a reeleição e, para isso, Bellintani seria seu reserva.
O assunto já foi tratado publicamente pelo próprio prefeito ACM Neto, e um dos motivos que o levariam a desistir do pleito é a instabilidade econômica. O democrata tem pretensões eleitorais em 2018 na corrida pelo governo da Bahia e uma gestão com poucos recursos na capital baiana o enfraqueceria no pleito. Segundo análise de pessoas mais próximas ao prefeito, outro peso foi o temor da interrupção do possível mandato de prefeito em 2018. Na história, poucos foram os casos de sucesso envolvendo políticos que abriram mão de gestões para disputar outro posto eletivo.
Além de Bellintani e os demais secretários, o nome de João Roma, filiado ao PRB nos minutos finais do prazo de mudança partidária, é um dos últimos possíveis de serem contemplados. De acordo com uma fonte, o republicano, caso afastado do cargo para desincompatibilização, terá a função de ser uma opção do partido para a vice, mas na lista de favoritos, não seria um dos primeiros.(Tribuna)