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UBER Oferta é menor que demanda

É simples: você instala o aplicativo, insere os dados do seu cartão de crédito e solicita um motorista para te levar até seu destino final. Em Salvador, no entanto, desde a última quinta-feira, quando o serviço do Uber começou a funcionar, algumas dificuldades são enfrentadas pelos usuários.
A principal delas, verificada pela equipe de reportagem de A TARDE em uma viagem experimental, é o desequilíbrio entre a oferta (ainda pequena) e a demanda (alta) – o que pode gerar minutos a mais de espera.
A plataforma reconhece o problema, mas afirma que essa equação deve ser resolvida com o passar do tempo, o que, para eles, significa o crescimento da adesão de novos motoristas.
Era sexta-feira e o relógio marcava exatamente 14h53, quando solicitamos o serviço no aplicativo. Logo a tela traz informações importantes para a localização do cliente, entre elas o nome e a foto do motorista, além do modelo do carro (um Volkswagen Polo 2009) e a placa. É estimado, também, o tempo para a chegada do “taxista” que vai te buscar.
Atraso
Dali a 8 minutos, esperávamos, começaria nossa viagem, marcada para acontecer entre a sede do jornal, na rua Professor Milton Cayres de Brito, no Caminho das Árvores, e o largo de Santana, no Rio Vermelho.
A espera, entretanto, foi 20 minutos maior, porque o motorista ainda estava finalizando outra corrida nas imediações, além de ter enfrentado lentidão no trânsito da avenida Paulo VI.
Todas essas informações ficam disponíveis na tela do Uber. O passageiro pode acompanhar o mapa enquanto espera o carro e é informado se o motorista estiver com outro cliente.
No caminho, o “taxista” de 41 anos, que nesta reportagem vamos chamar de Raimundo Pereira*,  explica que usará o serviço como sua renda principal, enquanto não encontrar ocupação na sua área.
Ele, que coincidentemente é jornalista de formação, está desempregado e há um ano tenta se tornar um “parceiro do Uber”, como são chamados os motoristas que usam a plataforma.
Há 10 dias ele foi convocado para apresentar a documentação necessária: comprovante de antecedentes criminais, Carteira Nacional de Habilitação (CNH) especial para quem dirige com remuneração, documento atualizado do veículo e seguro para passageiros.
No primeiro dia de operação do aplicativo, Raimundo já começou a trabalhar. Em um dia e meio, fez cerca de 20 corridas e faturou
R$ 255,48 líquidos – ou seja, valor com desconto de 20% feito pela empresa que administra o Uber. O motorista afirma que gastou cerca de R$ 120 de combustível.
Mesmo com os custos, ainda considera a situação favorável. “É vantajoso para nós, que não precisamos fazer tantos investimentos quanto os taxistas, e para os passageiros, que pagam menos da metade do que uma corrida de táxi”, defende.
O Uber também oferece benefícios aos motoristas que possuem alto desempenho. Em um dos desafios,
R$ 200 seriam pagos ao parceiro que trabalhasse entre quatro e sete horas, possuísse avaliação excelente dos clientes e atingisse um número definido de corridas.
“Não somos obrigados a trabalhar todos os dias, mas somos incentivados com essas premiações”, afirma Raimundo Pereira, quando chegamos ao Rio Vermelho.
Ele estaciona, encerra a corrida e logo recebemos o valor a ser pago pelo serviço: R$ 16,86. No táxi, esse valor seria de R$ 24,41 (bandeira 1) ou R$ 31,79 (bandeira 2), sem contar engarrafamentos.
*Nome fictício, usado a pedido do motorista, que teme por represálias de taxistas (A Tarde)

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