Saiba como agir após acidente com “pinaúna”
Com os dias mais quentes do verão, mesmo por conta das últimas chuvas que tem caído no litoral da Bahia, muitos são os baianos e turistas que não resistem às tentações da estação mais aguardada do ano principalmente para aproveitar as belas praias que compõem a nossa parte costeira.
De norte a sul, atrativos não faltam para dar aquele mergulho. Contudo, é nessa época que acontecem diversos acidentes, principalmente com animais como ouriços do mar e águas vivas.
De acordo com especialistas, cerca de 50% dos casos envolvendo acidentes com banhistas estão relacionados a ataques do ouriço do mar – aqui na Bahia também conhecido como pinaúna.
Geralmente o animal, que tem como características a grande quantidade de espinhos e estão localizados próximos as pedras, podem se tornar armadilhas para os banhistas que caminham por esses locais, pisando e até mesmo tocando-o.
“A depender da profundidade em que entrar o espinho, pode haver sangramento e a pessoa sentir uma dor muito grande. O objeto ainda pode levar bactérias que causam infeccção, podendo evoluir para uma febre e até mesmo gerar uma secreção. Caso a pessoa não consiga, por ela mesma, a retirada do espinho, a solução é buscar ajuda médica. Interessante também seria a pessoa tomar a vacina antitetânica, caso não esteja com ela em dia”, disse a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Irene Spínola.
De acordo com a especialista, o importante é que o banhista ferido não mantenha o pedaço do objeto dentro da pelo e, em certos casos, antibióticos podem ser receitados para ajudar na melhora. “Todos os cuidados tem de ser tomados para que se evite a infecção”, reforçou Irene.
Outro animal bastante conhecido de quem freqüenta as praias do litoral do estado e que normalmente dá sustos em muitos banhistas é a água-viva e seus vários tentáculos que, ao entrar em contato com a pele humana, geralmente trazem como principais sintomas ardência e vermelhidão. Devido à sensibilidade, para algumas crianças a dor chega a ser intensa.
“Nesse caso, o interessante é que se lave o local com bastante água fria e doce ou até mesmo colocar gelo, para diminuir a sensação de ardência e dor. Vale também colocar a pessoa em um local com sombra para evitar a exposição ao sol”, alertou a dermatologista ressaltando que o sabão não é indicado para uso nestas situações.
Receitas caseiras
Contudo, na ânsia e resolver logo a situação, muitas pessoas apelam para a crendice popular e querem aplicar no local líquidos como urina e vinagre. Para Irene Spínola, essa atitude deve ser totalmente evitada.
“Pode até piorar a situação a depender do caso. O que a pessoa deve fazer, se os sintomas não cessarem, é procurar um dermatologista que pode passar uma pomada ou creme que contenham, em sua composição, antiinflamatórios ou antialérgicos”, explicou.
Além dos dois animais já citados acima, a especialista alertou para um terceiro animal marinho que é muito comum na Baía de Todos-os-Santos e pode trazer transtornos para os banhistas por ser considerado venenoso: o niquim.
Apesar de relativamente pequeno – ter aproximadamente 15 centímetros quando atinge a fase adulta –, o perigo dele está nos espinhos em seu dorso que, em contato com a pele, pode soltar um veneno.
Dentre seus principais hábitos está o fato de ficar sorrateiro, aguardando o momento de a vítima entrar em um local próximo ao habitat dele para dar o golpe.
“O espinho dele, além de causar uma dor irritante, haver sangramentos e pode haver infecção. Nessa situação, a pessoa deve imediatamente procurar ajuda médica”, contou a dermatologista.
Pode ser necessário, assim como no ouriço do mar, que o atingido precise tomar a vacina anti-tetânica. “Precisamos estimular a vida ao ar livre, mas de maneira consciente e tomando os devidos cuidados para que seja uma experiência prazerosa”, salientou Irene Spínola.(TB)