ONU considera que detenção do fundador do Wikileaks é arbitrária
O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenções Arbitrárias considerou que a detenção do fundador do Wikileaks, Julian Assange, é arbitrária, segundo comunicado oficial publicado nesta sexta-feira (5).
Assange, que está refugiado desde meados de 2012 na embaixada do Equador em Londres, apresentou seu caso a esse órgão da ONU em 2014.
Na véspera, a rede britânica BBC havia antecipado a “decisão favorável” a Assange.
Um comunicado oficial da procuradoria sueca afirma que a decisão do grupo da ONU não tem efeito sobre a investigação em curso na Suécia.
Um comunicado oficial da procuradoria sueca afirma que a decisão do grupo da ONU não tem efeito sobre a investigação em curso na Suécia.
Ele é investigado na Suécia por suspeita de estupro em 2010 e se refugiou na embaixada em Londres para evitar extradição. A avaliação da ONU sobre a ação movida por Assange contra o Reino Unido e a Suécia será divulgada oficialmente na sexta-feira (5).
Mais cedo, o australiano afirmou que se organização considerasse que a ordem de detenção contra ele não era arbitrária, ele aceitaria ser detido pela polícia britânica. Caso contrário, ele gostaria de ter seu passaporte de volta.
“Se a ONU anunciar amanhã (sexta) que perdi meu caso contra o Reino Unido e a Suécia, deverei deixar a embaixada (do Equador em Londres) ao meio-dia de sexta-feira para aceitar a detenção por parte da polícia britânica, já que uma apelação não parece possível”, explicou Assange nesta quinta-feira, segundo a agência France Presse.
Mas se, pelo contrário, o painel decidir “que os Estados agiram de maneira ilegal, espero a devolução imediata do meu passaporte e que não ocorram novas tentativas de me prender”, acrescentou Assange.
O porta-voz do premiê britânico, David Cameron, afirmou nesta quinta que Assange será preso se deixar a embaixada equatoriana, segundo a agência Reuters.
Mas se, pelo contrário, o painel decidir “que os Estados agiram de maneira ilegal, espero a devolução imediata do meu passaporte e que não ocorram novas tentativas de me prender”, acrescentou Assange.
O porta-voz do premiê britânico, David Cameron, afirmou nesta quinta que Assange será preso se deixar a embaixada equatoriana, segundo a agência Reuters.
Entenda o caso
O australiano, de 44 anos, completou no dia 19 de junho do ano passado três anos refugiado na embaixada equatoriana em Londres, ao término de um longo processo legal no Reino Unido, que decidiu por sua extradição à Suécia, onde é investigado por crimes sexuais.
O australiano, de 44 anos, completou no dia 19 de junho do ano passado três anos refugiado na embaixada equatoriana em Londres, ao término de um longo processo legal no Reino Unido, que decidiu por sua extradição à Suécia, onde é investigado por crimes sexuais.
O Equador ofereceu asilo a ele, mas Assange pode ser preso imediatamente se pisar em solo britânico. Durante anos, policiais permaneceram mobilizados em frente à embaixada a um custo de milhares de libras.
O australiano teme que a Suécia o entregue aos Estados Unidos, onde pode ser processado por ter revelado milhares documentos diplomáticos e militares americanos no site WikiLeaks.
Assange fundou o WikiLeaks em 2006, e suas atividades, incluindo a divulgação de 500 mil arquivos militares secretos sobre as guerras no Afeganistão e no Iraque e 250 mil correspondências diplomáticas, enfureceram os Estados Unidos.
A principal fonte dos vazamentos, o soldado do exército americano Chelsea Manning, foi condenado a 35 anos de prisão por violações da Lei de Espionagem.
O WikiLeaks disse que a manipulação feita pela Suécia em seu caso manchou a reputação do país no que diz respeito aos direitos humanos.
Assange apresentou em 2014 ante o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias (WGAD) uma demanda contra Suécia e Reino Unido, alegando que seu confinamento na embaixada equatoriana (da qual não podia sair porque o Reino Unido lhe negava um salvo-conduto) constituía uma detenção ilegal.
Em Quito, o ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, disse na quarta (3) que estava “preocupado” com a saúde de Assange e afirmou que o ativista sofre com problemas de saúde pelos quais deve se submeter a uma revisão médica fora da embaixada.
O responsável pela diplomacia equatoriana insistiu que espera “somente que o Reino Unido possa oferecer o salvo-conduto” para que Assange possa viajar ao Equador, segundo a EFE.(G1)
O responsável pela diplomacia equatoriana insistiu que espera “somente que o Reino Unido possa oferecer o salvo-conduto” para que Assange possa viajar ao Equador, segundo a EFE.(G1)