Crise e denúncias de corrupção dão o tom da disputa de 2016
A crise política e econômica, que tende a se aprofundar em 2016, o tensionamento gerado pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e os desdobramentos da Operação Lava Jato darão o caldo da campanha eleitoral do próximo ano.
Na Bahia, estarão em cena as duas principais lideranças políticas: o governador Rui Costa, do PT, e o prefeito de Salvador ACM Neto, do DEM. Ambos focando a disputa para escolha de prefeitos e vereadores, porém de olho no Palácio de Ondina em 2018.
Mas Salvador, a capital e principal colégio eleitoral do estado, servirá de palco para o grande confronto, que não será nada fácil para os dois. Tanto que as estratégias eleitorais no governo e na oposição já estão sendo definidas.
O governador, para evitar que o hoje bem avaliado ACM Neto vença no primeiro turno, tem reafirmado a política de aliança e estimulado as siglas da base a também lançar candidatos a prefeito.
No tabuleiro já estão colocados os nomes dos petistas Nelson Pelegrino (secretário de Turismo do governo), Gilmar Santiago (vereador) e Walmir Assunção (deputado federal). Um grupo de petistas trabalha pela inclusão do ministro da Cultura e ex-vereador de Salvador, Juca Ferreira.
O PCdoB indicou a deputada federal Alice Portugal, e o Pros sairá com o deputado estadual Sargento Izidório. O PSB tende a indicar a senadora e ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata, enquanto o PTB sugere o vereador Edvaldo Brito.
Rui Costa, afirma o sociólogo e professor da Ufba, Joviniano Neto, sabe dos obstáculos que terá de transpor para levar um aliado ao Palácio Thomé de Souza.
Apesar das dificuldade financeiras, diz ele, o governador terá de manter uma imagem positiva e conseguir , de fato, que as obras que vem trazendo para Salvador – metrô, encostas e mobilidade urbana – consigam “impedir ou diminuir” a vitória de Neto.
“Pela primeira vez, o PT poderá ter de apoiar um candidato da sua base, quando a tendência histórica é o partido ter candidato em Salvador. E isso, num momento em que o PT precisa reafirmar a sua força, contra a imagem de que ele estaria quebrado”, diz Joviniano.
Quanto a 2018, o sociólogo entende que o governador, para se reeleger, vai precisar garantir que os partidos da base obtenham, nesta eleição municipal, bom resultado nas urnas em todo o estado, sobretudo em municípios considerados emblemáticos do ponto de vista eleitoral. Estão neste grupo Salvador e Feira de Santana, governados pelo Democratas, e Vitória da Conquista, onde o PT comanda a prefeitura, mas enfrenta o desgaste de estar há 20 anos no poder.(Atarde)