Abertura da economia argentina pode beneficiar o Brasil
O novo presidente da Argentina Mauricio Macri começou a normalizar as relações com o setor produtivo e com o mundo. O governo começou a baixar os impostos para exportação de produtos agrícolas, que chegavam a 35%. Isso deve melhorar a entrada de dólares no país, que vinha com reservas em baixa. A abertura na economia pode beneficiar o Brasil.
O governo de Cristina Kirchner brigou muito com os ruralistas. Ela enfrentou o agronegócio elevando a tributação das exportações agropecuárias, uma decisão contrária aos interesses do país. Com poucas reservas internacionais, a Argentina tinha na agropecuária uma boa fonte de dólares vindos da exportação. Exatamente neste momento, os produtores estavam retendo as vendas ao exterior na expectativa de que os impostos fossem reduzidos. A abertura na economia pode beneficiar o Brasil.
Com a nova regra para o agronegócio, carne, milho e trigo estão isentos de tributos de exportação. Para a soja, a alíquota foi reduzida de 35% para 30%; ela será cortada aos poucos.
Esse é só o começo da normalização da Argentina, que vem de um desvio complicado na economia.
No setor industrial, mais protecionista, a abertura tem provocado reações diversas. Macri anunciou que vai acabar com a regra da declaração jurada antecipada. Para ter acesso a dólares, a empresa tinha que jurar que usaria o dinheiro na sua produção. A mudança agradou uma parte da indústria e desagradou outra parte. Têxteis e calçados, por exemplo, estão preocupados com a entrada de produtos brasileiros.
No setor automotivo, porém, a reação foi outra. A Fiat de lá anunciou ter parado a produção na expectativa da entrada de peças do Brasil, que não conseguiam entrar no país por falta da tal declaração jurada.
A Argentina está tirando outras barreiras ao comércio e isso, sim, beneficia muito o Brasil.
(Blog da Miriam Leitão)