Pílula pode substituir injeção de insulina para diabéticos
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, criaram uma pílula que pode parar o desenvolvimento de diabetes do tipo 1 em ratos. Se funcionar em seres humanos, ela poderá substituir as injeções de insulina em pacientes com a doença.
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que ataca a produção de insulina – hormônio pancreático que ajuda no controle da taxa de açúcar no sangue. Isso significa que pessoas com esta condição precisam medir seus níveis de glicose várias vezes ao dia e repor a insulina a partir de injeções.
Mas se o distúrbio não se desenvolver, então não há necessidade de injeções ao longo da vida. “Em vez de tomar insulina para o resto de sua vida, o paciente precisaria tomar apenas a pílula e não teria mais diabetes”, disse Paul Bollyky, professor de doenças infecciosas na Universidade de Stanford, ao site The Verge.
Para criar a pílula, os cientistas precisaram analisar o que acontece no pâncreas antes de ele parar de produzir a insulina.
Foi a partir da análise de tecidos pancreáticos que eles descobriram que o órgão tem um acúmulo significativo de ácido hialurônico nos primeiros estágios da doença.
Segundo Bollyky, o ácido hialurônico estava impedindo que as células T chegassem ao pâncreas e defendessem o corpo. Assim, para impedir a produção do ácido, eles desenvolveram uma droga chamada de hymecromone, que já é usada na Ásia e na Europa para o tratamento de cálculos biliares.
Os ratos que tomaram a pílula não desenvolveram a diabetes do tipo 1, pois as células T chegaram ao pâncreas para fazer a proteção e não ataca-lo. “O exército invasor continua no mesmo lugar, mas tornou-se respeitoso e não está destruindo os hormônios”, disse Bollyky.
Apesar de interessante, ratos e seres humanos não são os mesmos. Assim, o que funciona para um animal pode não funcionar para uma pessoa. No entanto, Bollyky afirma que os ensaios clínicos em seres humanos serão feitos em breve.
Antes de a droga ser aprovada, os cientistas querem reformular para que ela possa ser tomada apenas uma vez por semana. Afinal, se a pílula fosse vendida agora, o paciente teria que toma-la várias vezes ao dia pelo resto de suas vidas.
Atualmente, o diabetes afeta cerca de 13,4 milhões de pessoas no Brasil. O país é o quarto no mundo com o maior número de diabéticos — atrás somente da China, Índia e Estados Unidos.
(Exame)