Ford dá férias coletivas a 12 mil operários de Camaçari
A fábrica da Ford em Camaçari dará férias coletivas a 12 mil empregados a partir da próxima semana, de 14 de setembro a 2 de outubro. Segundo nota enviada à imprensa pela Ford, a medida foi tomada como estratégia “para ajustar os níveis de produção à demanda de mercado”.
O mercado automobilístico baiano acompanha a tendência de queda de produção do restante do país. Em agosto, a produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 18,2% no Brasil, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Apesar do contexto de queda nacional e demissões no sudeste do país, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Julio Bonfim, acredita que na Ford não ocorram demissões em massa. “O sindicato acredita que há algumas medidas que a empresa toma que pode sinalizar demissões, como discussão de demissão voluntária e lay off, o que não ocorreu. A gente não visualiza isso (demissões em massa) no momento”, afirma Bonfim.
Não é a primeira interrupção da produção da Ford em Camaçari. Há duas semanas, houve um rodízio de produção em turnos da montadora e a fábrica de motores ficou paralisada.
Receio
Apesar de concordar com as férias coletivas como medida de manutenção dos empregos, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari afirma que os trabalhadores estão preocupados com o momento da economia.
“Todo mundo está preocupado observando como está o mercado, vendo como está a tempestade. Queremos ter a oportunidade de passar sem baixas e sem demissões. O sindicato não vai aceitar demissões em massa. Se isso acontecer por devaneio da Ford, nós vamos entrar em greve por tempo indeterminado. Mas até agora não há discussões de que isso vá acontecer”, afirmou Julio Bonfim.
A concessão de férias coletivas é um direito da empresa e está de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os trabalhadores e o Ministério do Trabalho devem ser avisados da paralisação com mínimo de 15 dias de antecedência e não há perda de benefícios.
(A Tarde)