Entenda como o botão “não curti” pode deixar o Facebook mais lucrativo
O Facebook usa uma série de parâmetros para decidir o que será exibido para cada usuário, identificando, por exemplo, o que ele publicou, comentou, compartilhou e curtiu. A curtida, aliás, é um critério importante para o algoritmo, já que mostra as reações positivas na página.
Na hora de medir a empatia, no entanto, o sistema sente dificuldades. “O usuário pode não querer curtir um conteúdo triste, mas às vezes faz isso para dizer ‘obrigado por ter compartilhado’ ou ‘sinto muito’. O ‘não curtir’ ajudará a identificar esse tipo de conteúdo, que não recebe muitas curtidas hoje, mas ainda assim é relevante. O alcance dele tende a ser maior”, explica Fábio Malini, professor da Universidade Federal do Espírito Santo e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura.
Como isso vira dinheiro?
Conhecer melhor o perfil de cada usuário significa ganhar mais dinheiro de duas maneiras: em primeiro lugar, ao acertar cada vez mais na hora de exibir um conteúdo interessante ao usuário, o Facebook se torna mais agradável e viciante, fazendo com que ele acesse a página diretamente.
Em segundo lugar, a novidade pode segmentar o público e oferecer publicidade certeira para o público-alvo. Isso significa que a empresa pode cobrar mais por cada anúncio. “Eles pretendem tornar a sociedade melhor? Não, é para vender mais anúncios. Ao entender melhor o comportamento de um usuário, a publicidade tem mais chances de ter sucesso”, afirma Malini.
“Hoje, se algo não ganha muitas curtidas, parece que desagradou, mas não sabemos ao certo. O ‘não curtir’ indicará, por exemplo, se as pessoas realmente não gostaram de uma campanha ou um produto”, conta Fábio Marques, gerente de marketing da Scup by Sprinklr, empresa de monitoramento de redes sociais.
(Olhar Digital)