Itália pede a Dilma ‘soluções para casos difíceis’
Na primeira viagem à Itália desde que o governo de Matteo Renzi deu sinal verde à extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, a presidente Dilma Rousseff discutiu nesta sexta-feira com o primeiro-ministro italiano questões judiciais que envolvem os dois países. Segundo a agência italiana Ansa, embora o nome de Pizzolato não tenha sido citado diretamente, Renzi disse que foram abordadas “questões judiciais abertas” e afirmou que a “renovação” das relações entre Brasil e Itália deve “ajudar na solução dos casos mais difíceis”. Há cerca de um mês, a defesa de Pizzolato conseguiu paralisar o processo de extradição com um recurso na esfera administrativa. Além do caso envolvendo o mensaleiro, Brasil e Itália divergem sobre o destino que deveria ser dado ao terrorista Cesare Battisti, condenado à revelia pela Justiça italiana, mas abrigado no Brasil depois de ter recebido um vergonhoso refúgio político do ex-presidente Lula.
Oficialmente, a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil, condenado a doze anos e sete meses no julgamento do mensalão, não estava na agenda. “Falamos sobre o setor de Justiça. Espero que essas relações renovadas, baseadas na cortesia, possam trazer solução aos casos mais difíceis, como no caso da Justiça”, afirmou Renzi, em declaração à imprensa após reunião com Dilma.
Pizzolato está preso em Modena, depois de ter conseguido fugir das autoridades brasileiras. Ele começou a tramar sua fuga do país em 2007, forjando documentos brasileiros e italianos em nome do irmão, Celso Pizzolato, morto em 1978. Foi capturado em fevereiro do ano passado e recentemente havia prometido fazer greve de fome em protesto contra sua extradição, autorizada pelo Tribunal Administrativo Regional de Lazio. Há cerca de um mês, sua defesa conseguiu parar o processo de extradição na instância administrativa. O Conselho de Estado acatou seu recurso, frustrando as autoridades brasileiras, que se preparavam para receber o mensaleiro ainda em junho. Um novo julgamento está agendado para setembro. Nesta sexta, em Brasília, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o procurador-geral da República Rodrigo Janot discutiram estratégias para conseguir trazer Pizzolato de volta ao Brasil.(Veja)